Depois de cinco dias de desfiles e after parties que exalaram arte, cultura e moda em diversos cenários da capital paulista, o São Paulo Fashion Week N45 chegou ao fim nesta quinta-feira (26).
Acompanhe o resumo dos principais destaques dos 5 dias da semana de moda mais importante do país:
DIA 1:
Água de Coco
Abrindo o SPFW45, a Água de Coco trouxe com seu beachwear a apresentação da cantora Anitta, que atualizou a canção “O que é, o que é?” de Gonzaguinha, com a batida do funk carioca. Além disso, o look usado por Anitta foi um dos mais comentados da noite de abertura da semana de moda. A cantora usou um conjunto lindíssimo de top com amarração frontal e uma saia floral, escolhidos pela marca para casar perfeitamente com o tema do desfile da Água de Coco, que adotou a celebração do Brasil como tema central. Denominado “Brazil com Z”, o desfile contou com a participação de tops como Carol Trentini, Isabeli Fontana e Ana Claudia Michels, que surgiu grávida na passarela.
Projeto Ponto Firme
Na luta contra a construção de preconceitos estereotipados, o estilista Gustavo Silvestre se uniu a detentos do presídio Adriano Marrey, em Guarulhos, e os ensinou técnicas de tricô e crochê, que deram vida a uma coleção repleta de significado, capaz de provocar diferentes tipos de emoções e reações na plateia do São Paulo Fashion Week.
A coleção fala sobre segundas chances, é repleta de esperança e lindas ideias. As peças vão de jaquetas à camisetas e até vestidos no modelo sereia. No fim do desfile, os artesãos foram aplaudidos de pé.
DIA 2:
UMA
Em celebração às diversas culturas do Brasil, o segundo dia do SPFW começou com o desfile da UMA. A marca levou ao Museu da Imigração o desfile da coleção Origem, com peças que traziam referências às longas viagens feitas por refugiados.
Além disso, a marca criou uma camiseta com o nome da coleção, que estará a venda na loja e o dinheiro arrecadado nas vendas será revertido para a ONG Abraço Cultural.
Osklen
A Osklen levou a proposta da moda sustentável para a passarela. A ideia era montar uma coleção de peças básicas que fosse o mais sustentável possível. Inclusive, parte da coleção foi nomeada “ASAP”: as sustaintable as possible (o mais sustentável possível) deixando claro a urgência das mudanças na indústria da moda. Para tornar a coleção realidade, foram 272 mil garrafas plásticas retiradas do meio ambiente.
PatBo
A marca queridinha das famosas rodou o mundo e trouxe na bagagem o estilo gypsy. Na passarela tinha de tudo: bordados, renda, lurex, e até o xadrez. Além das lindas peças de alfaiataria e muito brilho.
DIA 3:
Memo
A Memo, em parceria com a Isola, foi um espetáculo à parte. Surpreendeu o público ao apresentar um desfile que dava vida às suas produções. Na passarela, diversos dançarinos performaram com as roupas da marca. Como boa marca de sportswear, a Memo foi inteligente ao mostrar suas peças em seu habitat natural, com um desfile repleto de movimentos de encher os olhos, sem deixar suas propostas de moda em segundo plano.
DIA 4:
A. Niemeyer
Identidade. Essa é a palavra para definir o desfile da marca. Uma coleção focada no conforto, pensada especialmente para atender às necessidades das suas clientes. Com um toque esportivo e recortes diferenciados, a A. NIEMEYER apresentou um dos melhores shows da temporada.
Cotton Project:
Apostaram em um clima de reflexão, combinando clichês como os conjuntos de pijamas e casacos de pelúcia. Além de um toque rural, com vários chapéus e camurças. Ao que parece, a pegada do lifestyle californiano chegou ao fim na marca.
DIA 5:
Ronaldo Fraga
Ronaldo Fraga emocionou ao apresentar um desfile em homenagem à tragédia de Mariana, em Minas Gerais. As bordadeiras locais foram convidadas pelo estilista para ajudá-lo a retratar o que a lama tirou da população. Os bordados chegaram àquela região no século XVIII, e até hoje são fonte de renda para grande parte das mulheres que moram ali. Numa apresentação emocionante de um dos estilistas mais concorridos, muitas pessoas na plateia não se seguraram, e foram às lágrimas durante o desfile. Vale reforçar que não foi a tragédia que inspirou a coleção, mas o renascimento das pessoas que tiveram suas vidas transformadas.
Glória Coelho
A estilista surpreendeu a todos ao apresentar uma coleção genderless. Com 43 anos de marca, Glória percebeu que seus clientes não se resumiam apenas a mulheres, muitos homens se interessavam por suas peças, o que motivou a estilista a criar uma coleção que pudesse atender às necessidades de quem quer que fosse o seu consumidor. O desfile aconteceu na FAAP e a passarela era de encher os olhos, as peças não tinham alterações nas modelagens. Ou seja, tanto as roupas usadas pelas meninas quanto pelos rapazes tinham exatamente o mesmo corte.
Amapô
A marca apresentou um desfile recheado de cores vibrantes combinadas à formas incomuns. Não é de hoje que seus shows são pensados de maneira singular; os looks não necessariamente conversam entre si, como geralmente funciona. Os looks da Amapô são únicos, mas que no fim, vistos como um conjunto, se completam em um só.
Foto: Desfile Cotton Project – Zé Takahashi/Fotosite