Site oferece ajuda para mulheres grávidas que não desejam ter o filho, mas não esclarece que o objetivo é impedi-las de abortar. Domínio está registrado em nome de um padre ligado ao Opus Dei e ao Centro de Ajuda à Mulher (CAM).
Segundo o site de jornalismo investigativo ‘A Pública’, uma pessoa dizendo que não poderia ter o filho buscou o site e iniciou a troca de mensagens. Chamado de “Gravidez Indesejada”, o nome é tão direto e seu apelo chamou atenção. Na resposta do contato da mulher, uma pessoa dizia que para ajudar a moça precisaria de seus dados pessoais e gestacionais.
O aborto é crime no Brasil, a não ser quando: há risco de morte para a gestante, gravidez que resultou de um estupro ou o feto é anencéfalo.A página tem tons de rosa, com fotografias de bancos de imagens e mensagens como “Não perca mais tempo, fazer sua própria escolha em uma situação difícil é um direito seu!”. E também “Não corra riscos desnecessários: temos 20 anos de experiência em ajudar as mulheres com uma gravidez indesejada […]. Ajudamos a resolver rapidamente e de forma segura os seus problemas; queremos lembrá-la de que neste momento cada minuto conta muito”.
O site oferece tratamento personalizado e sigiloso, gratuito, responde a dúvidas sobre o uso de medicamentos abortivos, especialmente o Cytotec e diz pertencer a uma tal Associação Mulher: “Somos a Associação Mulher, entidade sem fins lucrativos, com sede em diversas cidades do Brasil e do exterior. Ajudamos mulheres com gravidez indesejada, oferecendo atendimento personalizado em um momento difícil que possam estar vivendo”. A agência de jornalismo investigativo não encontrou no site um CNPJ vinculado ou mais informações sobre essa organização. No Google também não é possível encontrar nada mais a respeito ou do trabalho que realiza.
Fonte: A Pública
Foto: Reprodução