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DIVERSÃO

Ao total sete escolas de samba fecharam o último dia dos desfiles do carnaval do Rio de Janeiro, na Sapucaí, na noite de segunda-feira (05). São Clemente. Unidos de Vila Isabel. Portela, União da Ilha do Governador, Paraíso do Tuiuti, Estação Primeira de Mangueira, Mocidade Independente de Padre Miguel levantaram o público na arquibancada e na própria avenida com muito luxo, alegria e, claro, samba no pé.

A São Clemente abriu a programação dos desfiles com o enredo “Samba sambou”, que rendeu a melhor colocação da escola em 1990, quando ficaram com o 6º lugar. Na apresentação a escola fez crítica sobre a relação das escolas com o carnaval. O carro abre-alas, “Virou Hollywood isso aqui” fez uma alusão ao carnaval ter virado uma festa cada vez menos popular. A comissão de frente criticou presidentes de escolas que compram e vendem os sambistas. Em todo seu desfile, a São Clemente lembrou carnavais passados trazendo enredos sobre corrupção, violência e menores abandonados.

São Clemente

Com um desfile pra lá de luxuoso para contar a história de Petrópolis, a Vila Isabel ultrapassou um minuto do tempo permitido na Sapucaí e será penalizada por esse ato. O abre-alas  reproduziu uma carruagem imperial, com três carros acoplados em 60 metros de comprimento. Além disso, familiares de Marielle Franco, incluindo a mãe, pai e a irmã, apareceram em um carro sobre a abolição da escravidão, tendo ainda a imagem da Princesa Isabel, com uma faixa escrita “Marielle presente”.

Vila Isabel

Terceira escola a cruzar o sambódromo, a Portela homenageou a cantora Clara Nunes. A comissão de frente apostou na natureza e espiritualidade e teve a presença da cantora Mariene de Castro. A escola ainda trouxe igrejas de arquitetura barroca no terceiro carro e em alas dedicadas ao passado católico da artista. O fim do desfile veio carregado de tons de azul. O último carro chamou bastante a atenção do público, trazendo uma santa negra e alas que mostravam o mar e as estrelas no céu, referindo-se a morte da cantora.

Portela

A União da Ilha falou sobre a cultura do Ceará em seu desfile com um enredo sobre os escritores Rachel de Queiroz e José de Alencar, tendo a frente da bateria Gracyanne Barbosa. A comissão de frente mostrou um cortejo de sertanejos pedindo salvação, até serem abençoados por um Padim Ciço voador, um “milagre” realizado com um ator em cima de um hoverboard. Algumas obras como “Iracema”, “O Guarani” e “O sertanejo”, de José de Alencar, e “As três Marias”, “O quize” e “Memorial de Maria Moura” foram representadas em fantasias e alegorias.

União da Ilha do Governador

Vice campeã no carnaval carioca de 2018, a Paraíso do Tuiuti apostou mais uma vez em críticas políticas e contou a história de um bode eleito vereador em Fortaleza nos anos 1920. O samba foi muito cantado nas arquibancadas, mas a escola teve problemas com a evolução, já que o último carro demorou para andar precisando retirar partes do veículo. Mesmo assim a escola encerrou sua apresentação dentro do prazo estabelecido. Uma das alas mostrou a luta entre “o bode da resistência e a coxinha ultraconservadora”, seguida do carro com o bode dando coice em um animal em forma de tanque de guerra.

Paraíso do Tuiuti

A Mangueira optou em trazer destaques da história para a Sapucaí como os heróis de resistência negros e índios em vez dos personagens tradicionais em que costumamos ver nas páginas de livros escolares. O segundo carro mostrou uma releitura do Monumento às Bandeiras, em São Paulo. A obra apareceu com manchas de sangue, em alusão à violência dos bandeirantes no Brasil.

Mangueira

Última escola a desfilar no Grupo Especial no carnaval do Rio, a Mocidade apresentou o enredo “Eu sou o Tempo, Tempo é Vida” e mostrou as formas como o tempo foi tratado ao longo da história e a relação do homem com ele. A escola contou com a presença de Elza Soares, que será tema da escola no carnaval do Rio de 2020. Ela foi destaque do carro abre-alas, sobre o deus grego do tempo Cronos e a criação dos astros. A comissão de frente utilizou uma máquina do tempo para viajar ao passado, com um trem saindo da alegoria e um m carro futurista que se transformava em um robô.

Mocidade Independente de Padre Miguel

Fotos – Crédito: Divulgação / RioTur