Para além da pesquisa apurada, um dos méritos da obra do professor e jornalista Franthiesco Ballerini está em descrever, de forma inédita, o universo da sétima arte e as grandes produções em cada continente.
Com o conhecimento que somente anos de pesquisa permite, o livro surge com o propósito de detalhar a representatividade cultural do cinema pela evolução temporal e geográfica. História do cinema mundial, de Franthiesco Ballerini (320 p., R﹩ 106,40, Summus Editorial), traz peculiaridades das linguagens, escolas e regionalismos da cinematografia global. A percepção de uma lacuna na literatura do gênero fez que o autor se dedicasse a organizar de forma inédita o estudo aprofundado para subsidiar não só estudantes de comunicação, profissionais de cinema e do audiovisual, professores e artistas, mas os apaixonados pelas telonas.
“Eu já havia ministrado cursos de cinema para mais de 150 turmas e há anos vinha sentindo a necessidade de trabalhar num livro que promovesse uma espécie de passeio cultural pelo mundo por meio do cinema. Claro que o cinema industrial está bem apontado, mas o objetivo maior é que o leitor pudesse conhecer um pouco sobre as diferentes culturas do mundo por meio dos melhores filmes de muitos destes países”, explica Ballerini.
Percorrendo a história desde o início das imagens captadas em movimento e a era pré-industrial, Ballerini conta como Hollywood se tornou a grande “fábrica de sonhos”. Também dedicou capítulos a outras indústrias poderosas, como Bollywood, na Índia. E chega até as recentes indústrias Chinawood e Nollywood, novos polos produtores das atrações exibidas nos grandes circuitos, espaços alternativos e para streaming.
A segunda parte do livro retrata os movimentos cinematográficos mais emblemáticos como o Neorrealismo italiano e a Nouvelle Vague francesa, passando pelo Cinema Novo brasileiro. Uma terceira etapa, na perspectiva proposta por Ballerini, foi traçar panoramas geograficamente, com análises do melhor cinema feito em cada continente e destaques como o cinema luso-africano e as latinidades, reunindo as facetas da América do Sul.
Filmes consagrados pelo Oscar, blockbusters e até os mais cults estão registrados na obra que inclui sinopses dos clássicos; curiosidades sobre os bastidores da indústria cinematográfica; listas com os filmes essenciais; fotografias que ajudam a contar a história de cada capítulo e, como destaque, o índice onomástico composto por todas as películas citadas e por diretores, atores e produtores. O leitor terá também, a cada tópico, uma ficha com os filmes essenciais relacionados ao tema abordado, além de um capítulo reservado aos documentários.
“Trata-se de um extraordinário ensaio, que vem preencher uma lacuna de publicações do gênero num país onde estudantes e admiradores da sétima arte cada vez mais se interessam em aprofundar seus conhecimentos sobre a linguagem cinematográfica”, diz o diretor de fotografia Walter Carvalho, no prefácio.
O autor
Franthiesco Ballerini é doutorando em Comunicação Midiática pela Universidade Metodista (Umesp). Foi repórter e crítico do Grupo Estado por oito anos, com reportagens em países como México, Canadá, Estados Unidos, Índia e Argentina. Foi colaborador das revistas Bravo! e Cult, além de colunista cultural da Rádio Eldorado, da TV Gazeta e do Observatório da Imprensa. É autor dos livros Diário de Bollywood; Cinema brasileiro no século 21; Jornalismo cultural no século 21; e Poder suave (soft power), finalista do 60º Prêmio Jabuti na categoria Economia Criativa (todos publicados pela Summus). Fundou, em 2017, a agência Ethos Comunicação & Arte e tem experiência como professor de graduação e pós-graduação em diversas instituições. No cinema, produziu o curta Legacy, para a Giorgio Armani, e o documentário Bollyworld, na Índia. É roteirista e diretor de Nome.