A Campanha Internacional para a Abolição das Armas Nucleares (Ican) ganhou nesta sexta-feira, 6, o Nobel da Paz de 2017. A organização concedeu o prêmio ao grupo “por seu trabalho em voltar as atenções para as consequências humanitárias catastróficas de qualquer uso de armas nucleares e por seus esforços pioneiros para alcançar um pacto com base na proibição de tais armamentos”. No ano anterior, o ganhador foi o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em razão de seu trabalho para estabelecer um acordo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O Ican é uma coalizão de grupos não governamentais presente em mais de 100 países. Apesar de ter surgido na Austrália, foi oficialmente fundado em Viena, em 2007. “Vivemos em um mundo onde o risco do uso de armas nucleares é maior do que vinha sendo há muito tempo”, disse Berit Reiss-Andersen, líder do comitê norueguês do Nobel. A porta-voz do grupo, Beatrice Fihn, disse estar “encantada” com o prêmio.
“Por meio de seu apoio inspirador e inovador às negociações das Nações Unidas para estabelecer um acordo que proíbe as armas nucleares, o Ican teve uma grande participação em trazer para o nosso cotidiano e época o equivalente a um congresso internacional da paz”, informou o comunicado lido por Berit.
Questionada por jornalistas se o prêmio foi algo essencialmente simbólico, já que nenhuma decisão internacional contra esses armamentos foi tomada, ela afirmou que “o que não terá impacto é ser passivo” ao assunto.