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A fisioterapeuta pélvica Ana Cristina Gehring fala sobre uma coisa importantíssima: o orgasmo. Algo necessário e que boa parte das mulheres desconhecem. Mas, afinal, o que faz uma mulher não conseguir chegar lá? A especialista analisa todos os possíveis motivos e ainda reforça a importância da mulher conhecer não apenas as próprias vontades, mas também o próprio corpo. Confira:

O que sabemos sobre sexualidade está muito ultrapassado. Vulva, clitóris e vaginas são apenas a ponta do iceberg do prazer feminino. Raramente encontramos mulheres que já olharam no espelho sua região intima e que saibam por exemplo que seu clitóris possui braços e bulbos internos com tamanho em torno de 8 a 10 cm e que são responsáveis pelo prazer durante o estímulo interno.

A única parte visível é do tamanho de uma pequena pérola, mas varia de mulher para mulher, sem afetar o prazer. Possui cerca de 8 mil terminações nervosas, o dobro do pênis. O clitóris é recoberto por uma pele chamada prepúcio, que protege da grande sensibilidade e auxilia durante a masturbação.

Um estudo da universidade de Indiana de 2010 relata que pelo menos 36% das mulheres não chegam ao orgasmo nas relações com penetração e que cerca de 85% dos homens acreditam que suas parceiras chegam ao orgasmo frequentemente. Algo esta errado nessa percepção! Mulheres fingem demais e homens ainda acreditam que a penetração é a melhora parte do sexo enquanto a maioria delas se satisfaz realmente nas preliminares.

Mulheres fingem sim orgasmo, afinal é chato pra caramba quando eles falam “goza” pra mim e você se sente impotente por nem saber o que é um orgasmo com penetração; aliás, é fácil fingir, já que não temos o fenômeno ejaculatório como no homem. Cada vez mais me deparo no consultório com mulheres dizendo que não sabem se já chegaram ao orgasmo. Se não sabe ao certo se já teve ou não, é porque nunca chegou lá! Além disso, grande parte das mulheres consegue sozinha na masturbação em cerca de 4 minutos, mas com o parceiro acha impossível. Percebo que é pela vergonha de estimular o clitóris enquanto esta ocorrendo a penetração, por acelerar a preliminar ou pela dificuldade de simplesmente se entregar e fechar os olhos quando está realmente ficando gostoso.

Muitas pessoas me perguntam qual a fórmula mágica de deixar a mulher delirando de prazer, e minha orientação é sempre a mesma: comece preparando o campo para o cérebro permitir a  excitação. Já que a mente feminina é capaz de pensar em muitos assuntos ao mesmo tempo. Que tal elogiar seu corpo, seu cheiro, seu gosto, beijar de língua com vontade, massagear o corpo todo e só quando sentir que ela esta entrando no clima, tocar na vagina. Nunca vá direto lá, isso pode acabar com o encontro! Com a mão, toque somente se ela estiver lubrificada, porque o toque seco causa desconforto. Use a pele que recobre o clitóris para auxiliar no carinho. A força e velocidade vão depender da preferência de sua parceira. Mas uma mão suave e firme, que faça movimentos circulares em velocidade média são a preferência. Quando estiver chegando no orgasmo, se ela permitir, vá direto sobre o clitóris com movimentos para cima  para baixo. Estudos mostram que a parte superior à esquerda é a área mais sensível. Deixe ela a vontade para soltar a voz e gemear a sua maneira. A mulher se excita ouvindo a própria voz.

Um fator importantíssimo e que nunca damos bola é sobre a saúde do assoalho pélvico. Existem músculos específicos que fazem a ereção do clitóris, estimulam a lubrificação e impedem que entre ar na vagina durante o sexo. Por isso, exercícios perineais como o pompoarismo, são muito indicados para mulheres com dificuldades de prazer e lubrificação. Consulte sempre uma fisioterapeuta pélvica para a correta instrução de como fortalecer seu períneo. Estes movimentos realizados com a vagina durante o sexo podem gerar grande prazer para seu parceiro também.

Minha dica para mulheres que nunca conseguiram ter um orgasmo é não ter vergonha de si mesma. Sinta seu cheiro, seu gosto, a textura de sua lubrificação. Não trate sua vagina como uma inimiga. Coloque uma música e fantasie.

Fonte: Ana Cristina Gehring
Foto: Pixabay