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Os meses de outubro e novembro são dedicados ao combate do câncer de mama e de próstata e, diante disso, vêm à tona discussões sobre prevenção, tratamento e consequências dessas doenças. Uma questão importante nesse aspecto refere-se à fertilidade dos pacientes em tratamento, já que as drogas utilizadas na quimio e na radioterapia podem interferir na reserva ovariana ou na produção de espermatozóides pelos testículos, o que prejudica significativamente as chances de gravidez.

Hoje em dia, graças à tecnologia e aos estudos cada vez mais avançados na área de reprodução assistida, pode-se dizer que é possível um paciente com câncer ter chances semelhantes de gestação as de alguém sem a doença, por meio da fertilização in vitro. “Isso  é possível com a preservação dos gametas, seja pelo congelamento dos espermatozoides, seja pela indução da ovulação e aspiração dos óvulos, chamada criopreservação. Em qualquer um desses casos, é importante fazer antes do início do tratamento”, explica Dr. Ricardo Marinho, diretor clínico da Pró-Criar Medicina Reprodutiva.

Se há tempo suficiente para a coleta de material, a criorpreservação e congelamento do sêmen são as melhores alternativas. A coleta de óvulos pode demorar de duas a seis semanas. Já a coleta de esperma é mais rápida e simples, a menos que a ejaculação não seja possível. “Também existe a opção do congelamento de fragmentos do tecido ovariano para posterior retransplante, mas ainda está em fase experimental”, ressalta Dr. Ricardo.

A chance da pessoa ficar estéril após o tratamento contra o câncer varia de 0 à 90%, de acordo com o tipo de remédio utilizada, a dosagem e o tempo de duração da medicação. Às vezes, o impacto na fertilidade pode ser transitório, com a volta espontânea da ovulação e da produção de espermatozoides. “É importante que a liberação para engravidar seja feita pelo oncologista responsável pelo paciente, geralmente é necessário esperar de 2 a 5 anos dependendo do tipo e da estabilização da  doença”, conclui Dr. Ricardo.