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De acordo com Vivian Schivartche, radiologista do CDB Medicina Diagnóstica especializada em mamas, durante o mês de outubro costuma haver um aumento de pelo menos 30% na quantidade de mamografias realizadas na rede. Mas, para que a campanha internacional Outubro Rosa seja um sucesso, é fundamental que as mulheres com mais de 40 anos agendem seus exames desde já. “Muitas vidas podem ser salvas se a mulher realizar esse exame tão simples uma vez ao ano”.

No Brasil, há quase 60 mil novos casos por ano de câncer de mama e o número anual de mortes gira em torno de 15 mil, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). De acordo com a American Cancer Society, mais de 40.600 norte-americanas terão morrido de câncer de mama até o fim de 2017. Daí ser tão importante o estudo realizado na Faculdade de Medicina da Universidade do Colorado (Estados Unidos), que revelou que o percentual de mortes pode ser reduzido em 40% se mulheres dos 40 aos 84 anos fizerem mamografia anualmente. Naquele país, metade das mulheres com mais de 40 anos fazem mamografia somente a cada dois anos – o que aumenta as chances de o exame diagnosticar um câncer em estágio mais avançado.

Brasil avança com tomossíntese

Vivian Schivartche, que é uma das pioneiras na realização da tomossíntese mamária ou mamografia 3D no Brasil, em 2010, explica que a rotina anual de mamografia deve começar até mesmo antes dos 40 anos se a paciente tiver histórico de câncer de mama na família (mãe, tias, irmãs). “De acordo com o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), o rastreamento mamográfico anual é recomendado para as mulheres entre 40 e 74 anos. A partir dessa idade, somente se a paciente tiver expectativa de vida maior que sete anos. Deixar de fazer mamografia é considerado um mal menor quando se está tentando controlar uma doença mais grave. Mas quando a paciente idosa está bem de saúde, pratica atividades físicas e sociais, é muito importante garantir o rastreamento mamográfico. Afinal, todo câncer que é descoberto em fase inicial tem mais chances de cura. Se a gente puder contribuir para essa paciente viver mais 10 ou 15 anos com qualidade de vida, excelente”.

A especialista afirma que a mamografia costuma apresentar sensibilidade em torno de 80%. Mas a introdução da tomossíntese mamária refinou o diagnóstico. “A tomossíntese costuma aumentar sensivelmente a detecção do câncer de mama, já que permite enxergar o tumor numa fase muito precoce e em mamas densas e heterogêneas. Porém, em pacientes de alto risco ou quando persistirem dúvidas, outros exames devem ser realizados também. O rastreamento complementar com ultrassonografia deve ser considerado para as mulheres com mamas densas. Já o rastreamento complementar com ressonância magnética é recomendado para pacientes com alto risco”.

Vivian explica que na imagem mamográfica é mais difícil diferenciar o que é tecido altamente denso de um tumor. “Às vezes, a paciente é chamada novamente para fazer mais imagens que possam esclarecer esse tipo de dúvida. Isso é comum e não é preciso ter medo. Os avanços da mamografia nos últimos anos, quando passou de um simples exame em filme para um exame digital e depois para a tomossíntese, caminham na direção de aumentar a detecção de tumores cada vez menores e reduzir a necessidade de imagens extras. Além disso, tratar de um tumor ainda em fase inicial é menos agressivo para a paciente e tem prognóstico bastante favorável. Ou seja, há inúmeros fatores positivos para que as mulheres agendem desde já seus exames mamográficos para outubro”.

Fotos: Reprodução