Quando se fala em nutrição esportiva, logo vem à mente o uso de substâncias para ganho de massa muscular e/ou perda de gordura, principalmente em regiões específicas do corpo. No entanto, um suplemento que pode auxiliar os praticantes de atividades físicas a obterem esses resultados, além de outros benefícios, e do qual muitos se esquecem, é o ômega 3.
Segundo uma pesquisa publicada pelo National Institutes of Health, como o ômega 3 possui ação anti-inflamatória e antioxidante, sua ingestão é capaz de reduzir o nível de estresse oxidativo.
De acordo com uma revisão bibliográfica publicada na Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, outra vantagem do ômega 3 para quem faz atividades físicas é que o nutriente, quando suplementado corretamente, pode causar efeitos ergogênicos, isto é, que melhoram o desempenho do indivíduo. Esses efeitos podem ser notados sobretudo em treinos de força e de resistência física, que demandam maior esforço do praticante. São eles: musculação, exercícios aeróbicos duradouros e treinos intervalados de alta intensidade, como o HIIT e CrossFit.
Outra boa notícia para quem gosta de ter músculos volumosos e aparentes é que uma pesquisa publicada nos Estados Unidos mostrou que o nutriente estimula a síntese de proteína dos músculos, favorecendo o crescimento dessas estruturas. O trabalho científico realizado com idosos mostrou que após 8 semanas de suplementação dietética diária de ômega 3, houve aumento significativo na síntese proteica muscular, revelando o potencial do consumo do ácido graxo, inclusive, para a prevenção da sarcopenia, caracterizada pela perda de massa muscular.
Ainda para quem pratica exercícios regularmente, mas com intensidade leve a moderada, a suplementação com ômega 3 também se demonstra benéfica, já que o lipídio atua igualmente em outras áreas da saúde, inclusive no campo mental. “Os principais benefícios apontados nos estudos são a ação preventiva e/ou de controle sobre doenças desde o campo cardiovascular, como aterosclerose e hipertensão, passando pelas de origem metabólica, como diabetes, obesidade e psoríase, até alguns males psiquiátricos, como depressão e ansiedade, e patologias crônicas, como o câncer”, comenta a Dra. Harris.
Para exemplificar, um estudo publicado no jornal científico Nutrients mostrou que uma dieta com ingestão de ômega 3 associada a atividades físicas ajudou a melhorar o quadro de esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado) em 142 pessoas avaliadas na pesquisa. De acordo com os resultados, a alimentação rica no ácido graxo pode ajudar a corrigir a desproporção entre os ácidos graxos ômega 3 e ômega 6 (presentes nos óleos vegetais), que é um dos fatores envolvidos na doença hepática e em outros distúrbios metabólicos.
Por conta da importância do equilíbrio entre o consumo dos ômegas 3 e 6, faz-se realmente necessária a ingestão de ômega-3 na forma de suplemento purificado contendo apenas os ácidos DHA (docosaexaenoico) e EPA (eicosapentaenoico). “A ingestão de grandes quantidades de peixes como o salmão ou o atum, por exemplo, fornece ômega-3 em uma quantidade considerável, mas também fornece ômega-6. Além disso, hoje em dia, muitos desses e outros pescados ricos em ômega 3 podem estar contaminados por metais e outras substâncias nocivas à saúde”, conclui a especialista.