Segundo André Aroeira, biólogo e mestre em Ecologia, Marques alocou a estrutura para o “rango” em corredeiras que são o hábitat do pato-mergulhão, espécie icônica da Canastra e criticamente ameaçada de extinção.
“Restam apenas 250 patos-mergulhão, ícone da Serra da Canastra. Sobrou pato mergulhão em tão poucos lugares no país, e em tão baixa quantidade, porque ele é absurdamente exigente com a qualidade da água e do ambiente que ele vive. Água tem no mundo todo. Pato-mergulhão só tem na Serra da Canastra, em um local de SP e poucos de Goiás e Tocantins”, explicou Aroreira em publicação no Twitter.
Não demorou para que outros ambientalistas comentassem a thread de Aroreia. Em discurso uníssono, todos repudiaram a atitude do global. Em um outro tuíte, o especialista questiona diretamente André Marques, que, até o momento, não se pronunciou sobre o assunto.
“A gente tá tentando entender o que leva um sujeito a enfiar uma caminhonete em uma nascente preciosa bem onde nasce o mais icônico rio do país e onde estão espécies endêmicas de corredeiras e uma das aves mais ameaçadas do planeta”, desabafou o biólogo.
Além de montar a estrutura para assar carne dentro do riacho, André e sua equipe colocaram uma camionete dentro das águas na região. A marca Mitsubishi foi marcada nas hastags do post de Marques e internautas exigiram um posicionamento da empresa a respeito.
“A @nacaomitsubishi estava dando algum tipo de apoio a essa presepada?”, cobrou uma pessoa. “E ao que parece, é um rolê patrocinado, né? @nacaomitsubishi apoia isso?”, indagou outro.
“Gostaria de saber também! Carro com o cano de descarga e rodas na água churrasco na nascente correndo o risco de danificar o local e ainda deixar resíduos… é muito SEM NOÇÃO né? Não dava pra fazer pelo menos alguns metros longe da nascente e da vegetação? A noção passou longe..”, completou mais um internauta indignado com a ação de André Marques.
Veja nota da empresa: “A marca apenas emprestou o veículo para utilização do André Marques. O roteiro da viagem e as ações nela realizadas não foram estabelecidas pela marca”.
O Métropoles procurou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que é responsável pela proteção e conservação do Parque Nacional da Serra da Canastra. A instituição afirmou que o fato não ocorreu nas dependências do parque.
Por: Metrópoles