PUBLICIDADE

MODA

O terceiro dia da 48ª edição do São Paulo Fashion Week provou que, apesar de sobreposições, adereços e volumes estarem em alta, há um desejo de volta às origens, à calma e à tranquilidade em meio a um mundo agitado. Isso é traduzido pelo minimalismo e pelos trabalhos manuais. Se nas edições passadas, cores estridentes, como o neon, ditavam os looks, agora tonalidades mais básicas são vistas, como azuis, verdes e brancos.

Desfile Angela Brito (Foto: Francisco Cepeda/AgNews)
Desfile Angela Brito (Foto: Francisco Cepeda/AgNews)
Foto: Elas no Tapete Vermelho

Não quer dizer, porém, que a moda esteja isenta de qualidade. Pelo contrário, para que o minimalismo seja eficiente, deve ser construído por mãos hábeis para que não caia no simplesinho e pronto. O mesmo acontece com bordados, crochês e macramês. Foi o que provaram grifes que desfilaram nesta quarta-feira (16), como Ângela Brito, Beira e PatBo e Victor Hugo Mattos, ambos que sempre colocaram um pé no barroco.

PatBo e Victor Hugo Mattos (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews)
PatBo e Victor Hugo Mattos (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews) Foto: Elas no Tapete Vermelho

A mineira PatBo (as duas primeiras fotos da esquerda para a direita) apresentou sua coleção alto-verão, que incluiu moda praia, sem errar na mão em seus bordados, crochês e macramês, como no sutiã de crochê usado sobre camisa branca e na saída de praia verde de macramê sobre maiô nude.

Pela terceira vez desfilando dentro do Projeto Estufa, Victor Hugo Mattos, que adora o barroco, não deixou seu DNA para trás, mas trabalhou de forma menos ostensiva. O crochê apareceu em vários looks, como nos dois das foto acima (o terceiro e o quarto da esquerda para a direita). Os pingentes de acrílico, vidro, pérolas, metais e cristais estão lá, mas, como disse em seu material de divulgação, como vagalumes. Brilham de tanto em tanto, deixando o trabalho manual do crochê também em evidência.

Minimalismo

Ângela Brito (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews)
Ângela Brito (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews) Foto: Elas no Tapete Vermelho

A estilista cabo-verdiana Ângela Brito, radicada há duas décadas no Brasil, tem como premissa sempre o minimalismo a partir de peças trabalhadas por meio da alfaiataria. Apesar de exercitar em sua estreia no SPFW sobreposições e alguns volumes, a essência se sua “obra” estava lá. Mesmo em cores mais fortes, mas também em azuis, esverdeados e brancos.

Beira (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews)
Beira (Fotos: Francisco Cepeda/AgNews) Foto: Elas no Tapete Vermelho

Outra grife que prova o não excesso nas roupas, ainda que as modelagens sejam mais amplas, é a Beira, de Livia Cunha Campos, que mostrou uma cartela de azuis do mais claro ao mais escuro no desfile sobre o concreto do chão do Pavilhão das Culturas Brasileiras, no Ibirapuera. As tonalidades, às vezes, se misturavam com o cinza do prédio. Com roupas sem gênero, em tonalidades e looks muitas vezes parecidos, que poderiam parecer repetitivos, mas que traziam a beleza do conforto e a suavidade da seda de casulos rejeitados, do linho, do algodão. Com informações do Terra.