Destituição de Maria Cristina Frias ameaça futuro da Folha de S. Paulo (Foto: Reprodução)
Maria Cristina Frias, filha do fundador do jornal A Folha de São Paulo, Otávio Frias, foi destituída pelo próprio irmão.
Em uma assembleia extraordinária de acionistas, Luiz Frias restituiu Cristina e escalou para seu lugar o jornalista Sérgio D’Ávila, que tem 25 anos de casa e há nove ocupava o cargo de Secretário de Redação.
A disputa envolve uma tentativa de reestruturação societária do Grupo Folha e a distribuição de dividendos dos negócios lucrativos da família e deve chegar à Justiça.
É importante lembrar que o Grupo Folha é dono do Uol que, por consequência, é dono da PagSeguro. A companhia hoje vale US$ 9,4 bilhões na Bolsa de Nova York.
Luiz Frias foi o responsável pela reunião que destituiu a irmã (Foto: Reprodução)
Possíveis motivações
Luiz Frias nunca escondeu que não vê futuro na publicação impressa. Há anos, deixou de fazer investimento no jornal e defende que a publicação caminhe com as próprias pernas.
Por trás do panos, talvez o herdeiro também se preocupe com fortes impasses do jornal com o Governo Bolsonaro, já que o atrito coloca em risco as relações da PagSeguro no Banco Central.
Crise
Com Luiz no comando, a equipe da Folha de São Paulo deve sofrer pesados cortes nos próximos dias.
Maria Cristina tomou conhecimento da decisão do irmão ao chegar ao jornal nesta segunda-feira – e, segundo relatos de jornalistas da casa, teve até o acesso ao e-mail bloqueado.
Cristina também foi destituída da coluna Mercado Aberto que agora, por ordem de Sérgio D’Ávila, já deixou de existir.
A briga entre os irmãos é antiga, mas chega ao ápice agora, uma semana após a entrevista de Maria Cristina à ombudsman da Folha, falando de planos para ampliar a presença de mulheres na redação.
Fonte: Brazil Journal