Aos 45 anos, sendo 36 só de carreira, Renata Castro Barbosa é uma das estrelas do Zorra Total, com nova temporada agora em abril na Rede Globo.
Na TV, começou em Vale Tudo, produção de 1988, no papel de Flávia. Mas ganhou destaque mesmo em Tieta, no ano seguinte, como a doce Letícia. Entre 1996 e 1998, deu vida a Artemísia, no seriado Caça Talentos, de Angélica. E, mais tarde, retornou como Gislene, em A Diarista. A atriz também estrelou as séries Cilada e Alucinadas, do Multishow, e fez parte do elenco de novelas como O Profeta, Sete Pecados, Caras e Bocas e Amor à Vida.
No cinema, atuou em 10 filmes, sendo o último Ninguém entra, ninguém sai, de 2017. Nos palcos, Renata esteve em mais de uma dezenas de peças, incluindo Os Famosos Quem e Toalete. Na nova temporada de Zorra Total, Renata também faz parte da equipe de criação do seriado, que apresenta piadas e sátiras da atual situação política, econômica e social brasileira.
Foto: Divulgação
O que podemos esperar da nova temporada de “Zorra”?
Acho que essa nova temporada do programa vem dizendo tudo o que todo mundo tem vontade de dizer sobre política e relações humanas. A gente vem pra sacudir mesmo!
Existem comédias que são totalmente ficcionais e existem essas, como o caso do Zorra, que ironizam fatos cotidianos ou notícias do Brasil. Qual a particularidade de fazer cada um destes trabalhos?
Acho os dois maravilhosos. Fazer gargalhar é a melhor coisa do mundo. Mas confesso que, da maneira que está o mundo, poder satirizar os casos da vida real é de um alívio inexplicável. Gosto de fazer rir.
Você já tem bastante experiência na carreira de atriz e humorista. É possível dizer que a mulher vem ganhando destaque nas produções de comédia, tanto na atuação como no roteiro? Qual o impacto do olhar feminino na história?
Com certeza!! O “Zorra” mesmo tem muito mais mulher roteirista. No Fantástico tem o “Mulheres fantásticas”, que é escrito, dirigido e encenado por mulheres! Não diria que é melhor ou pior, mas acho que a mulher traz um olhar sobre outro prisma das coisas, inclusive no humor.
Você acredita que a comédia (tanto para homens quanto mulheres) ainda bate muito na tecla dos estereótipos? Feio, baixinho, gordo, óculos, dentuço… Ou podemos dizer que superamos a questão da aparência e as piadas agora se encaminham para outro tom? Qual seria?
Ainda passamos por isso no nosso dia a dia, mas já não tanto quanto antes. Acho que estamos capa vez mais prestando atenção no que falamos e como brincamos com o outro. Mas acho que o “Zorra” é um exemplo prático de que isso não é o mais importante. Temos mulheres e homens no elenco nada estereotipados, fazendo todo tipo de personagem!
Você pretende continuar focando a carreira na comédia ou tem outras aspirações? Qual seria um grande desejo profissional?
Quero continuar fazendo trabalhos que façam diferença. Se no humor ou não, não importa. Quero contar boas histórias! Meu maior desejo profissional agora é que nós que vivemos da arte possamos continuar trabalhando. Que possamos fazer nosso teatro e nosso cinema com dignidade.
Até hoje, qual foi o papel da sua vida?
Acho que tive muitos! Mas a Leticia, de “Tieta”, é um xodó . Talvez por ter sido um dos mais marcantes da minha carreira. Muita gente ainda lembra. E Artemisia de “Caça talentos” também tem muitos fãs até hoje. Sempre me param pra falar que adoravam o programa e a personagem. Acho que tenho sorte. Amo minhas personagens!
E quando não está trabalhando, quem é a Renata?
É mãe, caseira e que adora estar com amigos e com o filhote!
Como é ter um filho de 13 anos? Vocês se relacionam bem? Quais momentos ‘adolescentes’ vivem juntos?
Ter o João, em qualquer idade, é maravilhoso!! Somos parceiros e muito amigos, mas sem esquecer que somos mãe e filho, o que acho bem importante. Não somos colegas, somos amigos! E gosto de estar sempre muito presente em todo momento da vida dele, desde estudar junto para as provas no colégio, até saber das paqueras, de como foi a festa… !
Você se considera feminista? Como isso impacta na criação do seu filho?
Muito! E isso impacta diretamente na criação do meu filho. Crio João para não ser um homem machista e ser mais atento ao outro.
Quais evoluções você espera para a igualdade de direitos daqui a 10 ou 15 anos?
Todas! Que a nossa capacidade para fazer qualquer coisa ou ocupar qualquer cargo não sejam julgadas por sermos homens ou mulheres, mas por termos condições para elas e por sermos merecedores!
PING PONG
Nome completo: Renata Castro Barbosa
Idade: 45
Signo: Aquário
Um filme: O segredo dos seus olhos
Uma música: Depende do momento
Um livro: Sapiens
Viagem dos sonhos: Barcelona e as que ainda vou fazer
Maior conquista: Me sustentar do meu trabalho
Maior defeito: Sou muito ansiosa e dramática
Maior qualidade: Compaixão
Defina-se em uma palavra: Indefinível