Não é novidade nenhuma que muitas mulheres são provedoras, seja criando seus filhos sozinhas, seja sendo responsáveis pela renda familiar integralmente, seja trabalhando para ajudar na renda da casa ou mesmo escolhendo ficar em casa para cuidar da família.
Em tempo de crise a reinvenção, criatividade e ousadia aliadas à determinação e perseverança fazem toda a diferença. E assim fui conhecer de perto uma feira onde uma mulher geminiana e curiosa, como ela mesma se define, na contra mão da crise, reúne designers novos ou mesmo quem já está estabelecido no mercado para, juntos, exporem seus trabalhos, proporcionando oportunidade de bons negócios.
Ela é Cris Rosenbaum, tem 48 anos, é geminiana, com ascendente em escorpião e lua em touro, sua cor preferida é preto e branco e adora vermelho, é linda de viver, elegância simples, mãe de dois adolescentes , e vai nos contar como a “Feira na Rosenbaum” começou:
“A Feira surgiu há seis anos exatamente.Começou com uma brincadeira no escritório, reuni uns amigos, umas pessoas de fora de São Paulo e até de fora do Brasil, como gente de Tel Aviv, que fazia joias e foi muito bom, até que propus de fazermos uma coisa maior. Em um ano já estava em um espaço maior.Eu faço a curadoria dessas pessoas, vou atrás de joalheiro, coisas de casa que eu adoro, luminárias, vela, um pouco de tudo e comecei a fazer esse pout pourri de gente. Sou uma boa geminiana que adora caçar coisas e o meu desejo é ir atrás de gente nova. Comecei a ir atrás dessas pessoas e fui fazendo um mailing, fazendo um trabalho, recebendo amigos, montando minha equipe e isso foi crescendo, crescendo, crescendo e hoje eu acho que tomou essa proporção cada vez mais de Designers novos ou mais velhos que se reúnem em um espaço onde se encontra um monte de coisa. Eu acho que a feira contribuí muito para o crescimento dos participantes, pois dá a oportunidade de interagirem uns com os outros e acabam fazendo novos trabalhos, realmente é um network entre eles, onde eu cedo o espaço para que eles cresçam. Eu gosto do pequeno artesão que está começando, que tem dois anos, não tem grana, esse é o que eu mais gosto, que está precisando e aí estoura de vender, através do meu trabalho, do meu mailing. Eu não paro o dia inteiro. Eu começo a minha curadoria uns dois meses antes, pois alguns participantes já são fixos. A feira acontece quatro vezes por ano em um espaço menor, só em ocasiões especiais como Dia das Mães e Natal é que faço em um espaço maior. A gente sente uma crise, mas eu acho que como é muito diferente do Shopping tem espaço para esse pequeno artista, então as pessoas falam: “Vou comprar, porque depois não vou encontrar”. Esse é o grande apelo. E muito legal da feira são os artistas estarem aqui contando a história deles. Quando não estão vendem muito menos. Quando estão e contam, como a peça é feita, que material é usado, conversam com as pessoas, porque é caro, ou porque não é caro, tem mesmo outro apelo.”
As próximas datas serão em Agosto no Designer Week em São Paulo, depois faremos uma menor em Outubro e a grande que será em Dezembro para o Natal.
Pergunto a Cris qual é a mensagem que ela deixa para que os novos artistas não desanimem. “Primeiro que eles me procurem, (risos) e que tenham incentivo de trabalho mesmo, que acreditem no seu trabalho, que mudem a coleção a cada edição da feira, que façam pesquisas entre eles, para que as pessoas que visitam a feira possam encontrar sempre novidades. Que se reinventem, porque o designer que não se renova eu tenho que trocar, pois a cliente quer novidade. Mas eu tenho gente fixa aqui que está sempre mudando a coleção.”
Cris, como toda mãe, tem seus perrengues para trabalhar e cuidar da vida pessoal, mas como todas nós, tem seus braços, conta com uma colaboradora que cuida da casa há sete anos e um assistente, o João, que fica com ela na feira e, assim, consegue conciliar e dar atenção às suas crias na medida do possível, já que no período da feira o tempo fica mais escasso.
Passeando pelo espaço me deparo com vários tipos de arte, desde peças confeccionadas por índios Kayapó até as lindas roupas do estilista André Lima. Uma variedade de estilos e beleza desfila para mostrar que só tem crise onde não tem criatividade.
Cris Rosenbaum é A Mais influente inspiração para que muitas pessoas apostem na Economia Criativa.
Para saber mais visite o Instagran: @feiranarosenbaum
Fotos: Arquivo Pessoal