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POR JULIANA MORAES

Nascida em uma cidade pequena do interior de São Paulo, Letícia Tomazella se interessou por arte desde a infância e já fazia teatro desde então, na escola.

No ano de 2008, Letícia ingressou na EAD e também no Mestrado em Teoria Literária e teatro brasileiro, estudando a crítica de duas peças de Nelson Rodrigues: Vestido de Noiva, que trouxe a Nelson glória, e Álbum de Família, considerado um fracasso pela crítica da época.

No teatro, trabalhou com diretores como Clarice Niskier, Georgette Fadel, Leonardo Medeiros, Antônio Rogério Toscano, Vladimir Capella, dentre outros. No cinema, fez aproximadamente 20 curtas e 2 longas. Ganhou dois prêmios de Melhor Atriz, um em teatro, e o outro em cinema pelo curta-metragem “Popokas”.

Em 2012, produziu o primeiro projeto autoral em São Paulo. A peça “Simples Cidade”, criada em parceria com o ator Marcos Reis e com o apoio da Casa Guilherme de Almeida. Esse espetáculo viajou muitos lugares do Brasil, incluindo Santa Catarina e Acre.

Sua primeira novela foi em 2013, em “Amor à Vida”, na Rede Globo. Ainda no mesmo ano, estreou a segunda peça de sua autoria, em conjunto com outros dois autores: Bhá Prince e Augusto Carminati. A peça “Desgraça Alheia” estreou em São José do Rio Preto, uma comédia de humor ácido.

Esteve na série O Negócio , na HBO, e no no curta-metragem “Além Daqui”, uma co-produção Brasil – Colômbia, com direção de Cecília Engels, e Andrés Sandoval (renomado ator colombiano) no elenco, em 2014.

Em 2016, Letícia fez a Liora, personagem que lhe deu grande repercussão, na novela A Terra Prometida, da Record TV. No mesmo ano, esteve em cartaz com a peça “As Palavras da Chuva”, de Tennesee Williams, com direção do ator e diretor Leonardo Medeiros.

Atuou na peça “A Cabala do Dinheiro” em 2017, outro projeto autoral seu, novamente em parceria com o ator Marcos Reis. A peca é baseada na obra do rabino Nilton Bonder (autor do best-seller A Alma Imoral, dentre outros livros) com direção da renomada artista Clarice Niskier.

E agora, em 2018, está no ar no SBT fazendo a novela As aventuras de Poliana, como a engraçada e ambiciosa manicure Arlete.


O que te motivou a entrar na carreira artística? Desde criança eu tenho esse sonho. Não tem muita explicação. Mas eu ficava em êxtase ao ver atrizes e atores interpretando “seres” (personagens) e vivendo uma vida que não era a deles. Acho a ficção e a imaginação realmente o máximo!

Como foi o início? Teve apoio da família? Meus pais sempre me apoiaram. Apesar das dificuldades materiais, nunca nos faltou em casa companheirismo e apoio mútuo. Tenho sorte em ser filha deles.O que você achou mais desafiador no início? Me sustentar e estudar ao mesmo tempo, além de ter que sair à caça de oportunidades na carreira. Realmente batalhar pelo sustento numa carreira tão instável é uma missão e tanto! E nunca desejei ser uma atriz inconsistente ou apenas midiática. Estudar e me tornar uma artista de conteúdo sempre foi importante pra mim. E não é fácil.

O que mais te inspira na profissão? O trato com o público e o mergulho nas personagens. Amo isso. Amo ver o resultado do nosso trabalho diretamente no público. Ver as mensagens que passamos, os sentimentos que suscitados. É lindo!

Como é trabalhar em uma novela voltada ao público infantil? É o melhor público do mundo (risos)! Sincero, expressivo, fiel. E exige muita responsabilidade de nossa parte. As crianças de hoje são os cidadãos de amanhã.

Como foi o processo de treinamento para dar vida à Alerte, sua personagem em ‘As Aventuras de Poliana’? Observação diária e muito ensaio com meus parceiros. Fomos tecendo juntos a família Gomes!E qual o seu trabalho, obra ou personagem dos sonhos? Um personagem bem denso e muito diferente do que meu biotipo vende. Amo o povo do centro de São Paulo. Amo andar no centro. Essas pessoas são diferentes do que eu “vendo”, fisicamente. Porque, embora eu não seja, eu tenho cara de patricinha, só que eu amo mesmo é o povo do centro, o povo da rua, o povo que ocupa a cidade. E amo essas pessoas e gostaria de poder dar vida uma delas na TV ou cinema. Não sou varanda gourmet. Quero um dia poder mergulhar em vidas que nem sempre vemos em nossa TV. A Arlete já é uma personagem do povo. Mora em comunidade, é batalhadora. Agora falta eu encontrar uma Arlete mais dramática e densa (risos).

Conte mais um pouco sobre a sua personagem. Em que pontos você é igual e se opõe à ela? Somos persistentes, divertidas e espontâneas. Me falta um filtro na minha loucura, tanto quanto ela (risos). Mas não somos parecidas no tipo de ambição… Ela quer ficar rica a qualquer custo! Minhas ambições são outras.

Quem é a sua maior referência no mundo artístico? Grandes artistas como a Fernanda Montenegro, a Laura Cardoso… Dercy, eterna!O que a arte significa para você? Remexer nossa humanidade mais profunda. A arte é um caldeirão de onde pode sair de tudo. E tudo, tudo que lá está é absolutamente humano. Tudo é material humano.

Para você, como é viver de arte no Brasil? Uma luta incessante. Um milagre por dia. Uma coisa louca. Não sei como temos coragem de viver assim. Mas temos. Deve haver alguma força maior que nos move nisso! (risos)

E sobre seus planos para o futuro, tem algum que possa nos contar? Sim. O teatro me aguarda novamente esse ano. Oba! Amo os palcos.PING PONG
Nome completo: Letícia Tomazella Costa
Idade: 33
Signo: aquário
Um filme: O Poderoso Chefão
Uma música: o trem azul
Um livro: Memórias Póstumas de Brás Cubas
Um sonho: trabalhar com Pedro Almodóvar (risos)
Maior qualidade: perseverança
Maior defeito: permissividade
Sua maior conquista: construir a carreira que estou construindo, mesmo tendo nascido fora dos grandes centros e sem as facilidades todas
Defina-se em uma palavra: Deboche