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POR JULIANA MORAES

A atriz Lazuli Barbosa, que em 2018, dirigiu e produziu seu primeiro projeto “Ver e Ler” Leituras Dramatizadas, iniciou o ano de 2019 na novela ‘Verão 90’, vivendo Adriana, aluna de dança de Lidiane (Claudia Raia). Na trama, ela se apaixona por Patrick (Kleber Toledo). “As filmagens foram muito divertidas e quentes! Jogamos um tonzinho acima e estava muito calor! Bem verão! ”disse ela.

No cinema, está no filme “Intervenção” de Caio Cobra que estreia esse ano.

Foras das telas, Lazuli está lançando sua marca de roupas produzidas na Índia: LazuliB, como uma busca de agregar valor à carreira, trazendo a união da força da mulher brasileira, com o talento da mulher Indiana. Buscando estudar as duas culturas, o posicionamento da mulher, suas liberdades e suas amarras e amplificar o ainda mais a voz feminina em suas motivações.

Lazuli compartilhou com a revista MAIS MAIS MAIS um pouco do início de sua carreira, experiências e projetos.


O que te motivou a entrar na carreira artística? Eu sempre estive envolvida em gincanas e apresentações de mini esquetes desde criança e sempre liderava muito nos ensaios e apresentações. Meus amigos sempre foram músicos, eu sempre estava nos ensaios e backstages. Então, já veio comigo desde criança e adolescência a parte artistica. Quanto à virar uma carreira, o que me motiva é a possibilidade de refletir as sensibilidades do ser humano. A troca com o outro. O apoio que a arte fornece, para a comunicação que desejamos ter. Com a arte nos comunicamos entre si e temos a possibilidade de acrescentar ao outro. É isso me motiva todos dias.
Construir uma obra de arte, nos conecta.

Como foi o início? Teve apoio da família? O início foi muito natural. Reginato Felix, diretor de teatro, estava procurando uma atriz e foi até o CPII, meu colégio e me indicaram. Assim eu fiz minha primeira peça. A partir daí, mais profissionalmente, eu tive muito apoio da minha família que investiu nos meus estudos e eu pude fazer a CAL, que é uma escola apaixonante. O Fábio Barreto também me ajudou muito no início, ele foi meu primeiro professor para atuar para cinema e me incentivou o tempo todo. O Tablado também foi uma experiência de muito incentivo, quando fiz uma peça com Bernardo Jablonski. Diretor, professor, psicólogo, pessoa muito importante que me ajudou a despertar todo amor e respeito pelos palcos e pelo ser humano que está em cima dele.

O que você achou mais desafiador no início? Eu ainda me considero no início apesar de 10 anos de formada. E o que eu acho mais desafiador é justamente essa renovação diária da profissão. Você se desfiar a ter a disciplina que a arte precisa, o equilíbrio para passar pelas emoções, que todo o trabalho de construção artistica precisa e resistir a ansiedade. O respeito pela energia natural tem que existir. Tudo tem seu tempo certo de acontecer. E a arte, tem a sua subjetividade que precisa ser livre. Mas sem dúvida, o que mais desafia nessa profissão é a busca pelas oportunidades. São muitos atores e um mercado bem restrito… os testes tem sempre um trabalho intenso psicológico… uma hora você passa no teste, outra hora não. Então tem que ter muito pé no chão para o ofício e saber conviver com a instabilidade financeira e de trabalho.

O que mais te inspira na profissão? Me inspira poder construir personagens, histórias, experiências que sirvam para reflexão, inspiração e auto critica da sociedade.

Como foi produzir o projeto “Ver e Ler”? Em que ele consiste? Estamos vivendo em uma época muito imagética e de informações rápidas. Perdemos o costume da leitura e muitos brasileiros nunca leram uma peça de teatro. Eu sempre gostei de ler e uma leitura bem feita, que você consiga acessar a criatividade do leitor, pode ser muito interessante. Linkando com isso, tivemos muitas peças de teatro de autores brasileiros que foram censuradas e pouco estudadas. Eu senti que precisava adquirir essas Informações e compartilhar. Estudando as peças, podemos enxergar muito da época em que está inserida. Assim montamos nossa “CICLO cia de teatro” e construímos uma proposta de montagem todo mês, trazendo textos que faziam parte de todo esse contexto histórico do nosso passado. Eu dirigi e produzi, mas o trabalho no coletivo que fez acontecer. Inclusive crowdfunding que pagou os custos mínimos. Tive atores, parceiros que fizeram a Cal comigo, e artistas interessados em contar a nossa história pacientemente do meu lado.

Arte significa entrega e conexão com o profundo

Onde você busca inspirações para dar vida a seus personagens? Nas personagens reais do dia a dia. Eu observo muito as pessoas e quando eu faço uma personagem eu tento adquirir os costumes dela. Eu faço um laboratório longo de pesquisa e vivência. Eu gosto de já entrar na história da personagem desde o início da construção. Imaginar o passado, desenhar uma linha do tempo para ela, escolher musicas, cheiros e por aí vai… aos poucos vão nascendo as expressões corporais e toda a linha de pensamento interno.

E qual o seu trabalho, obra ou personagem dos sonhos? Eu tenho um desejo sincero de fazer muitos filmes no Brasil. Eu gosto muito dessa nova geração do cinema que está trazendo tanto conteúdo de qualidade. O Felipe Barbosa, Ana Muylaert e Kleber Mendonça Filho são diretores que eu gostaria de trabalhar.

Quem é a sua maior referência no mundo artístico? Sônia Braga é uma atriz que eu muito respeito.

O que a arte significa para você? Arte significa entrega e conexão com o profundo.

Pra você, como é viver de arte no Brasil? Viver de arte é um sonho.
Ainda mais sendo artista independente, sem estar contratado de nenhuma emissora. Em um país onde o professor é tão desvalorizado, não é de se impressionar não ter investimento para cultura, teatro e educação.

E sobre seus planos para o futuro, tem algum que possa nos contar? Eu estou lançando uma marca de roupas Lazuli.B e estou muito feliz com essa novidade! Esse ano também participo do filme “Intervenção” do Caio Cobra. E uma notícia de um futuro próximo, é que hoje, sábado, desfile das campeãs, estarei desfilando pela Campeã de 2019 Mangueira, em uma ala nova na bateria de 10 componentes tocando prato. Sou a única mulher.
Atriz, ritmista e agora empresária. Esses são meus planos para o futuro, que já começa agora.PING PONG

Nome completo: Lazuli Galvão Barbosa
Idade: 35
Signo: Aquário
Um filme: Aquarius
Uma música: Samba da benção (Vinicius de Morais)
Um livro: O livro dos Jovens
Um sonho: Independência
Maior qualidade: Positividade
Maior defeito: Impaciência
Sua maior conquista: Meu filho de 11 anos
Defina-se em uma palavra: Feliz