Lady Gaga foi homenageada no ELLE’s 25th Annual Women In Hollywood, nessa segunda-feira (15), em Los Angeles. O evento premia mulheres que trabalham na indústria hollywoodiana. A cantora foi chamada ao palco por Jennifer Lopez para fazer um discurso sobre como é estar inserida nesse ramo. Emocionada, Gaga falou sobre as dificuldades de ter uma voz no meio artístico.
“Eu experimentei vestido após vestido hoje, me preparando para este evento, um corselet apertado atrás do outro, um salto atrás do outro, um diamante, uma pena, milhares de tecidos e as mais belas sedas do mundo. Para ser sincera, me senti mal do estômago. E me perguntei: o que realmente significa ser uma mulher em Hollywood? Nós não somos apenas objetos para entreter o mundo“, afirmou a estrela no evento da Elle.
“Nós não somos simplesmente imagens para trazer sorrisos ou caretas para os rostos das pessoas. Nós não somos membros de um concurso de beleza gigante destinado a ser um contra o outro para o prazer do público. Nós, mulheres de Hollywood, somos vozes. Temos pensamentos e ideias profundas, crenças e valores sobre o mundo e temos o poder de falar e ser ouvido e reagir quando somos silenciados”, completou a protagonista do filme “Nasce Uma Estrela”.
“Como um sobrevivente de violência sexual por alguém na indústria do entretenimento, como uma mulher que ainda não é corajosa o suficiente para dizer seu nome, como uma mulher que vive com dor crônica, como uma mulher que foi condicionada em uma idade muito jovem a ouvir o que homens me disseram para fazer, eu decidi hoje que queria pegar o poder de volta. Hoje eu uso as calças”, disse ela.
A artista contou que sabia que precisava ter poder para ser quem é. Dessa forma, poderia resistir aos padrões de Hollywood. Ela frisou que, para resistir à padronização, usou o que importa de verdade: sua voz. Então, contou sobre algumas experiências dolorosas.
“Depois que fui violentada quando tinha 19 anos mudei para sempre. Parte de mim desligou por muitos anos. Não contei a ninguém. Eu mesma evitei. E me sinto vergonhada ainda hoje em pé na frente de vocês”, confessou a artista.
“Depois que eu compartilhei o que aconteceu comigo com homens muito poderosos nesta indústria, ninguém me ajudou. Ninguém ofereceu minha orientação ou uma ajuda para me levar a um lugar onde eu sentisse a justiça, eles nem me apontaram na direção da assistência de saúde mental que eu estava precisando. Aqueles homens se esconderam porque tinham medo de perder seu poder. E porque eles se esconderam, comecei a me esconder”, revelou.
“O que eu gostaria de dizer nesta sala de mulheres e homens poderosos hoje é: vamos trabalhar juntos para atrair o mundo para a bondade. Agora tenho sorte de ter os recursos para me ajudar. Mas para muitos, os recursos não existem ou as pessoas não têm a capacidade de pagar ou acessá-los. Eu quero ver a saúde mental se tornar uma prioridade global”, disse Gaga se referindo-se ao diagnóstico de TEPT (Transtorno do estresse pós-traumático) e Fibromialgia (Síndrome que provoca dores por todo o corpo por longos períodos) que recebeu.
Lady Gaga pediu para que todos lutassem pela justiça para mulheres e homens e para aqueles com outras identidades sexuais. Para ela, isso é o que significa ser uma mulher em Hollywood. “Isso significa que eu tenho uma plataforma. Eu tenho uma chance de fazer uma mudança. Eu oro para que ouçamos, acreditemos e prestemos mais atenção àqueles que nos rodeiam para aqueles que precisam. Seja uma mão amiga. Seja uma força de mudança”, finalizou Gaga.
Emocionante! Com certeza, Lady Gaga tem uma força e voz incrível, que pode dar a chance de muitas pessoas serem ouvidas.
Fotos: Getty Images