Os altos índices de desemprego e de endividamento da população estabeleceram um nível recorde de interessados por emprego temporário. É o que revela o quinto levantamento sobre trabalho temporário realizado pela VAGAS.com, empresa líder em soluções tecnológicas para recrutamento e seleção. De acordo com o estudo, 77% dos respondentes pretendem realizar alguma atividade temporária neste final do ano ante 74% no ano passado. É o maior percentual já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2013.
O levantamento foi realizado de 18 a 24 de agosto deste ano por meio da base de currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br. A pesquisa contou com 2002 respondentes, sendo 52% mulheres e 48% homens, com idade média de 32 anos, 63% pertencentes à região Sudeste, 74% ocupando cargos operacionais e 70% desempregados.
“Apesar dos indicadores do emprego apresentarem alguns sinais de recuperação, ainda há um contingente de 13 milhões de desempregados. Essa massa precisa buscar uma fonte de receita que ajude a compor o orçamento familiar. Com toda essa crise, as famílias foram forçadas a abandonar alguns itens de consumo e acabaram acumulando dívidas. Diante desse cenário, a busca por uma atividade temporária torna-se mais do que necessária. Pode ser uma questão de sobrevivência para muita gente”, explica Sylvia Fernandez , coordenadora da pesquisa na VAGAS.com.
Interessados por trabalho temporário no final de ano (em %)
2013 – 60%
2014 – 67%
2015 – 70%
2016 – 74%
2017 – 77%
O levantamento quis saber qual a intenção do grupo que pretende realizar algum trabalho temporário no final do ano (77%). Entre os motivos apresentados, o que obteve maior destaque foi conseguir uma nova oportunidade de emprego (63%). Outro motivo com muitas menções foi aproveitar para se recolocar no mercado de trabalho, com 55%. Na sequência, aparece ganhar experiência profissional com 47% das intenções. Ganhar uma renda extra para pagar dívidas teve 32%. Os que pretendem pagar os estudos somam 27%. Poupar dinheiro é objetivo de 22%. São 15% os que querem juntar dinheiro para comprar algo que desejam muito. Aproveitar a oportunidade e mudar de emprego é intenção de 13%.
Cartão de crédito e contas da casa são os vilões das dívidas
A pesquisa também buscou identificar quais são os tipos de dívidas daqueles que pretendem conseguir um emprego temporário para quitar despesas (32%). Ao analisar essa massa de endividados, ficou constatado que o cartão de crédito é o maior vilão, com 54% de despesas declaradas nessa modalidade. Em seguida vem as contas da casa, como água, luz e telefone (52%). Na terceira posição aparecem os estudos (38%). Os carnês vêm na sequência, somando 18%. Depois aparecem as despesas com planos de saúde/ odontológicos e com o carro (16%, cada). Em outro patamar, temos o cheque especial com 12% do total, financiamento da casa com 11% e financiamento do carro, 10%. Por último, figura o cheque pré-datado, com 2%.
Desse mesmo estrato de endividados (32%), o levantamento conseguiu extrair o tamanho da dívida contraída. Quatro em cada dez (40%) estão com despesas que variam de R$ 1001 a R$ 3 mil. Os que declararam ter débitos de até R$ 1 mil somaram 20%. Dívidas de R$ 3001 até R$ 5 mil, 15%, e mais de R$ 5 mil, 15%. Os que não quiseram responder totalizaram 10%.
Aumenta interesse por trabalho temporário no restante do ano
O estudo mostra que vem aumentando a cada ano o percentual de pessoas interessadas em realizar um trabalho temporário no restante do ano. Daqueles que pretendem realizar uma atividade temporária neste final de ano (77%), há um grupo de 65% de olho em oportunidades temporárias no resto do ano também, ante 59% no ano passado. Em 2015 essa parcela era de 58%.
“Esses dados mostram que o trabalho temporário ganha mais força em períodos de instabilidade econômica. É um tipo de atividade que traz vantagens tanto ao empregador como ao empregado e uma excelente porta de entrada para aqueles que buscam uma recolocação”, pondera Sylvia Fernandez, da VAGAS.com
Cresce a confiança do trabalhador em conquistar vaga temporária
O estudo também traz a recuperação da confiança do trabalhador em conquistar uma oportunidade de emprego no final do ano. Os dados mostram que 79% estão totalmente confiantes ou confiantes com essa possibilidade. No ano passado essa confiança era menor: 76%.
“O brasileiro tem por característica ser um otimista nato, se superando ainda mais em períodos de crise. Essa autoestima é importante em cenários adversos e pode ajudar bastante um candidato a conseguir a tão sonhada vaga no mercado de trabalho”, finaliza Sylvia.
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