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Um incêndio de grandes proporções destruiu o Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, Zona Norte do Rio.

O fogo começou por volta das 19h30 do último domingo (2) e foi controlado no fim da madrugada desta segunda-feira (3). Mas pequenos focos de fogo seguiam queimando partes das instalações da instituição que completou 200 anos em 2018.

Ainda não se sabe as causas do incêndio, porém, sabe-se que o prédio apresentava más condições há tempos. A maior parte do acervo do museu foi perdida.

Para a oficiala do 6º Ofício de Registros de Títulos e Documentos do Rio de Janeiro, Sônia Andrade, o incêndio foi um episódio de descaso dos responsáveis pelo local. Ela explica como os documentos que faziam parte do acervo do museu poderiam ter sido preservados. “O cartório de títulos e documentos tem uma atribuição que se chama ‘conservação e perpetuidade’, então, qualquer documento considerado importante pode ser guardado eternamente no cartório”, pontua. “Por exemplo, no nosso acervo, temos o primeiro jornal do Poder Judiciário, diversas músicas da Maria Bethânia e projetos de alargamento do Aterro do Flamengo. Exatamente pelo fato de o museu não estar em boas condições, eles deveriam ter pego esses documentos e nós iríamos expedir uma certidão que possui valor de original. Assim, eles poderiam recolocar esses documentos em exposição e no cartório ainda teria a cópia com o mesmo valor do original”, completa Sônia. 

Segundo ela, o erro é deixar que o Brasil lide com tudo de maneira informal. “Nós perdemos história, deixamos de guardar”, afirma. “Enquanto a gente briga para dar segurança jurídica para conservar toda documentação considerada importante, eles brigam para que a população e o Brasil seja informal, e não dá pra ser informal em tudo”. 

Foto: Mauro Pimentel – Reprodução/G1