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EVENTOS

Reprodução/PMV

Está por fora quem pensa que aplicativos e redes sociais são universo apenas dos ‘novinhos’. Tem uma turma em Vitória (ES) provando para a molecada que não fica nem um pouco atrás. O projeto da Prefeitura oferecido no Centro de Convivência para a Terceira Idade (CCTI), do Jardim da Penha, disponibiliza as oficinas “Eu e meu celular”, “Inclusão Social” e “Jogos Digitais”.

 

Aluna há 10 meses, a professora aposentada Maria Angélica Gonçalves Ribeiro, 61 anos, não esconde o orgulho de participar do projeto.

“Faz uma grande diferença na nossa vida. A gente se solta mais, conversa mais… Perde o medo de errar, tirar dúvidas… Eu não tenho mais vergonha de não saber. Antes, com meu marido, filhos, netos… ficava sem graça de perguntar qualquer coisa. Porque eles não tinham tanta paciência. Agora, com o curso do CCTI, não passo mais apuro”.

 

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Além de agilizar a digitação no teclado do computador, dona Angélica e os outros 119 participantes da oficina aprenderam a pesquisar na internet e ficar atentos a pegadinhas. “Receitas, imagens… Ou pesquisar lugares como o Monte Everest, o Caminho de Compostela… Mas o principal é saber onde clicar. Eles explicam o que pode ser vírus, ou gerar algum problema”.

 

Dona Angélica também descobriu como comparar preços e fazer compras online. “É uma mão na roda, né?”, brinca. “Você encontra qual site tem a melhor oferta e também acessa a opinião de quem já comprou aquele produto… É sensacional”.

Saúde e vitalidade

Mesmo sem perceber, a aposentada vai muito além dos conhecimentos meramente tecnológicos. “É um ambiente social que faz bem a todos”, afirma o professor da oficina, Lucas Fortuna.

Reprodução/PMV

Segundo o instrutor, a maior satisfação de trabalhar com o público acima dos 60 anos é contar com a empolgação dos participantes de aprender algo novo. “Eles vêm à aula com outro estímulo, sabe? Chegam abertos, motivados… Saem de casa dispostos a viver uma experiência, aprender algo novo. Me enchem de energia”.

Apesar de jovem, Lucas tem um papel muito importante na vida dos estudantes. “Eles contam com os instrutores para tirar dúvidas que, às vezes, em casa não são bem esclarecidas. Ainda saem da aula animados para explicar aos netos o que estão fazendo por lá e ampliar esse canal de conversa, falar a mesma língua que eles”.

Autoestima e inserção social

“O idoso, a partir do momento que começa a aprender as mídias sociais e os aplicativos, sente-se inserido dentro de um contexto atual. Importante também para ele aprender a linguagem que ele ouve em casa através dos filhos, dos netos e da própria mídia. Ao aprender, eles conseguem ter uma vida social mais ativa com os familiares e amigos”, finaliza a coordenadora do CCTI de Jardim da Penha, Érika Fortuna.