Pandemia revelou a tendência vintage da slow fashion
A necessidade de ganhar uma renda extra após a crise econômica causada pela pandemia, trouxe a muitos lojistas a ideia de brechós online com peças vintage e retrô para dar um novo destino a peças que antes saíam rapidamente do cenário da moda.
Segundo a Revista Brasileira de Pesquisas de Marketing, Opinião e Mídia, desde 2015 a tendência de compras em brechós aumentou rapidamente e os principais compradores são do gênero feminino entre 18 e 25 anos.
A modelo e empresária Fernanda Lacerda, é uma das compradoras que aderiram ao brechó depois de se conscientizar pela sustentabilidade e o reuso, sem preconceito, de peças de segunda mão. A adesão lhe abriu um novo olhar sobre a moda e irá lançar em breve uma marca própria com o mesmo propósito de qualidade de vida.
“Muita gente ainda pensa que nos brechós são vão encontrar peças velhas e sem graças, mas acontece exatamente o contrário. São peças que permanecem em alta e que podem ser arrematadas por um valor muito mais em conta. E a dica é: gostou da peça, não pense muito pois ela é única! Compre no mesmo dia.”
Segundo especialistas, a comercialização de peças seminovas em brechós, permite uma economia de até 80% em relação às lojas convencionais. Logo, ser assertivo na escolha de um item, gera menor descarte. Com clientes cada vez mais conscientes dos impactos ambientais causados pela fast fashion (moda rápida), que prioriza a fabricação desenfreada e de baixo custo, a tendência da moda sustentável se tornou aspecto necessário na hora de efetuar a compra.
E é nesse cenário que entra a slow fashion, com uma visão mais humana sobre consumo e o desejo de apoiar o comércio local. A moda lenta, como o próprio nome sugere, tem relação com peças dos anos 80 e 90 que por obterem tamanha versatilidade na composição dos looks se tornaram atemporais. Stylists afirmam que outro fator fundamental na aquisição das peças de brechós está na qualidade dos tecidos e seus acabamentos, já que foram produzidas em uma época em que o foco estava na duração da roupa e não na produção em massa para incentivar o alto consumo.
“Quando vou fazer uma produção gosto de ousar, e os anos 80 trouxe um estilo muito extravagante, com muitos tecidos brilhantes e acessórios em metal com cores fortes e vivas. Por isso é importante garimpar e ter paciência para ser assertivo na compra das peças”, afirma Fernanda.
Foto: Diego Nunes