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Você sabe o que é creatinina? A importância de dosar essa substância no sangue é o

tema da campanha do Dia Mundial do Rim deste ano

Toda vez que contraímos um músculo, nosso corpo produz uma proteína chamada creatina fosfato. Essa substância, sintetizada a partir dos alimentos, é a responsável por garantir a energia necessária para caminhar, fazer exercícios na academia, carregar a sacola de compras, entre várias outras atividades comuns do dia a dia. A quebra dessa proteína durante o metabolismo celular produz uma espécie de resíduo, a creatinina, que vai para a corrente sanguínea e chega aos rins para ser filtrada e eliminada. Medir o nível de creatinina no sangue, portanto, é uma forma simples de saber como anda a saúde renal. A importância de incluir esse exame na rotina de saúde é o tema deste ano do Dia Mundial do Rim, em 12 de março.

O médico Bruno P. Biluca, do centro de nefrologia Fenix Alphaville, ressalta que o diagnóstico precoce é fundamental para evitar o agravamento das doenças renais e a evolução gradativa para a falência dos rins. “Uma quantidade elevada de creatinina no sangue mostra que a filtração não está adequada, ou seja, os órgãos estão trabalhando de forma insuficiente”, explica.

Estima-se que um em cada dez brasileiros tenha doença renal. A maioria, porém, não sabe disso e acaba descobrindo o problema tardiamente, necessitando fazer diálise ou transplante. Quase 130 mil pessoas dependem hoje da hemodiálise no país. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores as chances de controlar a evolução da doença renal, com alimentação e medicamentos. Mas, infelizmente, não é o que ocorre. A doença renal é silenciosa e praticamente não apresenta sintomas nas suas fases iniciais. Quando os pacientes descobrem, geralmente, já estão em estágio avançado”, afirma Biluca.

Segundo o especialistas, pessoas com diabetes, pressão alta, obesidade e casos de doenças renais estão mais propensas a desenvolver problemas nos rins, mas, mesmo sem apresentar esse fatores de risco, é essencial monitorar a saúde do órgão, com exame de sangue para dosagem de creatinina e também o exame de urina tipo 1.  Essa é justamente a recomendação da campanha do Dia Mundial do Rim, que tem como slogans “Ame seus rins, dose sua creatinina!” e “É exame de rotina? peça a creatinina!”. “Caso haja alguma alteração nos resultados, a pessoa deve procurar imediatamente um médico nefrologista para fazer uma investigação mais aprofundada e iniciar o tratamento”, reforça Biluca.

Em geral, os níveis considerados normais para adultos são de 0,5 a 1,1 miligramas por decilitro em mulheres e de 0,6 a 1,2 em homens, mas o especialista lembra que podem variar de pessoa para a pessoa, de acordo com a idade, condições físicas, alimentação, prática de exercícios, massa muscular, entre outros, daí a necessidade de uma avaliação médica criteriosa.

Apesar de assintomática no início, Biluca recomenda atenção a alguns sinais, como dificuldade de urinar, espuma ou coloração avermelhada na urina, vontade de ir ao banheiro a toda hora, náusea, inchaços e dor na região lombar.

SAIBA MAIS

Conheça os estágios da doença renal:

Fase 1 – Função renal de 90%. Geralmente, a pessoa não apresenta qualquer sintoma. É importante adequar a dieta e manter sob controle o diabetes e a hipertensão para evitar o agravamento.

Fase 2 – Função renal entre 60% a 89%. Também costuma ser assintomática. Exige monitoramento constante por meio de exames.

Fase 3 – Função renal entre 30% e 59%. Podem aparecer inchaços, edemas, cansaço, falta de apetite e anemia. Alguns tratamentos, inclusive com medicamentos, podem contribuir para retardar a progressão.

Fase 4 – Função renal de 15% a 29%. Os sintomas passam a ser mais evidentes. Há necessidade de diálise, tratamento em que máquinas substituem os rins, fazendo a filtração de toxinas, líquidos e sais do organismo.

Fase 5 – Função renal menor do que 15%. É a fase mais avançada da doença renal. Os pacientes são totalmente dependentes da diálise ou do transplante.