PUBLICIDADE

《 ARQUIVO 》

Me fiz essa pergunta o fim de semana inteiro. Em uma ida nostálgica a Campos do Jordão, não pude deixar de observar e perceber nitidamente que ainda tem muita gente por aí que não foi atingida por essa tal de “crise”.

Os restaurantes com filas de espera extensas e seus atendentes não fazendo nenhum esforço para chamar clientes, as ruas lotadas e um desfile a céu aberto de mulheres expondo seus diversos estilos através das mais variadas marcas.

Os senhores e jovens também não ficam atrás, chapéus, echarpes, casacos de couro, botas incríveis. Tinha de tudo um pouco, do sertanejo ao clássico, passando pelo esportivo e alternativo, em comum, os perfumes, sim uma mistura de perfumes que se identifica longe de aonde vem.

Pesquisando um lugar para me hospedar, me surpreendi, não havia vaga. Os principais hotéis e pousadas com valores que variam entre R$350,00 a R$1.500,00 a diária também estavam lotados. Na internet de improviso, poucas ofertas e na faixa de R$400,00 para cima. Acabei conseguindo o último quarto em uma pousada por R$300,00 e quando cheguei o recepcionista me disse que tive sorte.

Pela cidade, carros, carros e carros. Ruas viram grandes estacionamentos a céu aberto e em terrenos e espaços que conheci, como lounges e lojas, onde empresas durante a temporada de inverno faziam da cidade um verdadeiro Show Room, exibindo seus produtos em ações de marketing ousadas e criativas. Não poupavam esforços para se superarem a cada ano.

Mas a intenção dessa coluna é mostrar o quanto estamos vivendo em mundos paralelos, onde das vitrines saltam o luxo, a elegância e a moda padronizada que deixam todas as mulheres parecidas com seus brincos brilhantes, meias calças e saias curtas, saltos ou as boas botas cano longo com as calças justas pra dentro, e os acessórios nada básicos.

Ao mesmo tempo em que me deparo com a diversidade de escolhas, com aquelas pessoas que fogem desse padrão e com muita simplicidade, criatividade e originalidade conseguem fazer a própria moda se destacando.

O ser humano tem a necessidade de ser notado, até aquela pessoa que faz tudo para não ser notada, no fundo, na sua quietude, quer ser notado, percebido, admirado, fazer a diferença de alguma forma, elogiada por um detalhe que parece tão pequeno a olho nu. Vivemos em uma sociedade que a aparência fala mais alto do que a essência.

Nem chegou o inverno ainda e Campos do Jordão já está fervendo e ali a “Dona Crise” parece não ter conseguido se hospedar. Mas mesmo assim, os mais antigos, que já vivenciaram as grandes temporadas, afirmam que já tiveram dias melhores…

O importante mesmo é subir a serra, tirar os casacos do armário e c

elebrar com vinho, fondue e chocolate tentando ser A Mais Influente que puder nessa passarela a céu aberto que se monta durante a temporada de inverno.

Fotos: Arquivo pessoal