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O ciclo menstrual feminino é um mecanismo de grande importância para a manutenção da saúde da mulher. É através desse processo que o organismo indica se há alguma alteração hormonal não prevista.

Essas mudanças são chamadas disfunções ovarianas, distúrbios hormonais que podem se manifestar na desregulação do ciclo menstrual ou simplesmente pela falta dele.

De acordo com a dra. Cristina Laguna, presidente da Comissão Nacional de Ginecologia Endócrina da FEBRASGO, existem distintos casos de disfunções ovarianas e podem acontecer em todas as idades. Vão desde a Síndrome dos Ovários Policísticos até o caso de Menopausa Prematura.

Com 10 a 15 anos é quando, normalmente, inicia-se o ciclo menstrual feminino. Devido à pouca maturidade da idade, os primeiros anos de menstruação tendem a apresentar mais irregularidades, sendo um caso fisiológico. Porém, com o passar do tempo, a mulher pode desenvolver alterações hormonais, como a Síndrome dos Ovários Policísticos.

A doença é caracterizada pelo aumento do tamanho dos ovários e a criação de várias bolsas de líquido (cistos), podendo também acrescentar acne, aumento de pelo e dificuldade para engravidar. Com a síndrome não há ovulação adequada; pode ocorrer aumento de hormônios masculinos. Dra. Cristina informa que é a disfunção ovariana mais comum e atinge com cerca de 10% das mulheres.

Outra disfunção, não tão frequente, é a Insuficiência Ovariana Prematura, que acontece quando o ovário para de funcionar antes dos 40 anos de idade. A mulher não produz normalmente estrogênio (hormônio feminino) nem libera óvulos regularmente, o que ocasiona períodos menstruais irregulares e infertilidade.

Segundo a ginecologista, dentre todas as disfunções, o principal sintoma é a menstruação desregulada.  “Quando o ovário funciona direitinho, o reflexo disso costuma ser um ciclo menstrual regular, adequado. Já se não tem uma função adequada, o que acontece é que a mulher fica com o ciclo menstrual irregular. O mais frequente é a menstruação atrasar ou não vir”.

Além da infertilidade, podem existir sensações androgênicas, como o aumento de pelos no corpo, maiores riscos de doenças cardíacas, metabólicas e de diabetes. Dra. Cristina adverte que mulheres obesas estão mais propensas a ter alguma dessas disfunções, já que o sobrepeso pode interferir na produção hormonal.

Como as doenças ovarianas são diversas, há inúmeros tratamentos, eles variam de acordo com o episódio. É preciso que haja uma investigação, juntamente com a percepção da mulher do seu ciclo menstrual e com a realização de um ultrassom, para que se chegue a um diagnóstico.

Dependendo da causa, o tratamento pode ser direcionado a um objetivo diferente. “Se em um dado momento, a mulher tem irregularidades menstruais e está reclamando do aumento de pelo, por exemplo, a gente vai tratar essa queixa. Se ela tem irregularidade menstrual e obesidade, o indicado é que ela emagreça. O tratamento depende da idade e da causa”.

De acordo com a médica, as disfunções causadas por obesidade são as únicas que podem ser prevenidas, através do controle de peso, já que o ganho deste aumenta o risco de que a mulher tenha irregularidade menstrual e de ovulação.