PUBLICIDADE

saúde

Não é necessário chegar em casa após um dia de sol para perceber os danos da radiação solar – que são vistos até mesmo no momento da exposição com ardência, vermelhidão e inflamação. Mas esses efeitos não são apenas superficiais: eles também são cumulativos, ou seja, as consequências podem surgir anos depois. Mas, no momento em que entra em contato com a pele, o que a radiação provoca? “Primeiro, precisamos entender as duas radiações: o UVA é o principal responsável pelo envelhecimento precoce (manchas e rugas), sendo um tipo de radiação que atravessa nuvens, vidro e epiderme e penetra na pele em grande profundidade, até as células da derme – sendo o principal produtor de radicais livres. Entre os prejuízos: desde lesões mais simples até, em casos mais graves, câncer de pele. Já o UVB deixa a pele vermelha e queimada, danifica a epiderme e é mais abundante entre às 10 da manhã e às 4 da tarde, comenta a dermatologista Dra. Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia. “Mas já nos primeiros 20 minutos de exposição solar, a radiação é capaz de reduzir nossas defesas da pele, em um dano que vai perdurar”, acrescenta.

Em 20 minutos – Nesse período, a pele já começa a sofrer oxidação por conta dos radicais livres, que geram vasodilatação, inflamação e vermelhidão – de acordo com a potência dos raios. “Isso quer dizer que não adianta chegar à praia ou à piscina e esperar para passar o protetor solar nesse momento, porque há necessidade de, pelo menos, 20 a 30 minutos para que esse filtro solar comece a agir e nesse período já ocorre um ‘ataque’ importante em relação às células da pele”.

Após 3 horas – Esse dano imediato da radiação perdura e se intensifica a partir de três horas. “A célula começa a ficar mais danificada e seu material genético sofre, por consequência, mutação, com a troca de informações de ligação, desestabilizando esse material genético”, afirma. “Todo esse dano ao DNA leva à expressão de uma proteína (P53) que em alta quantidade gera deficiência de agentes antioxidantes, levando algumas células à morte celular, o que resulta no envelhecimento”, conta. Além disso, a formação de dímeros criam alteração significativa e irreversível principalmente no melanócito, ou seja, a célula protetora de cor, que continuam por até três horas (por isso a pele fica vermelha), tendo lesões posteriores e que podem inclusive levar a um processo de cancerização. “O melanoma, por exemplo, que é um câncer de pele extremamente agressivo com alta capacidade de metástase, é oriundo dessas células que são os melanócitos”, afirma.

De 48 a 72 horas – O bronzeado rosa avermelhado ocorre nas primeiras horas depois da exposição solar. Mas só depois de 48 a 72 horas é que ocorre a resposta da produção da melanina, seja ela castanha enegrecida ou amarela avermelhada, dependendo do fototipo do paciente. “Esse bronzeado vai se depositar na pele como uma resposta fisiológica contra a agressão sofrida”. O bronzeado pode durar até três ou quatro semanas e depois pelo próprio processo natural de renovação da camada mais superficial da pele, há uma perda gradual dessa pigmentação.

            Segundo a médica, uma característica vista em peles mais fotoenvelhecidas são as sunburn cells, células queimadas pelo sol e que estão presentes quando a pele não conseguiu se proteger, o filtro solar estava aquém da necessidade para aquele fototipo, ou o estímulo solar foi prolongado demais, ou não houve a reaplicação desse filtro solar. “E por conta disso, a pele começa a sofrer uma série de alterações, todos decorrentes de um primeiro processo inflamatório, onde ocorre o eritema, a vasodilatação, o aumento da perfusão sanguínea, a sensação de calor local, depois o processo de ardência e, então, já começam os processos oxidativos, que é a formação dos radicais livres e superóxidos que causam um envelhecimento precoce das nossas células. Além disso, pela exposição solar contínua, deixamos de ter a defesa imunológica feita pelas células de Langerhans, e quando isso acontece, nós aumentamos a chance de cancerização da nossa pele”, alerta a médica.

            Por fim, a Dra. Paola ressalta que o filtro solar de FPS 30 (no mínimo) deve ser passado na pele do corpo todo sem qualquer vestimenta, trinta minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada duas horas em média, com uso de chapéu e óculos. “Além disso, aqueles que querem ir à praia, devem respeitar os horários recomendados que são: até 10h da manhã e depois das 4h da tarde”, finaliza.