A modelo Marília Falkenberg aponta que a febre das puffer jacket pode ser explicada pela pandemia
Confortáveis e estilosos, os casacos acolchoados – conhecidos no exterior como puffer jackets – não são totalmente novos nas coleções de inverno, mas estão aparecendo com cada vez mais força nas últimas temporadas.
Desfiles de grifes como Chanel, Alexander McQueen, Fendi, Burberry, Salvatore Ferragamo, Hermès, e principalmente a marca Moncler, com seus famosos casacos acolchoados de todos os modelos e cores, apresentam a peça como um item de moda mais atual do que nunca. A modelo Marília Falkenberg é fã das puffer jackets e enxerga que a tendência teve influência direta da pandemia do coronavírus em nosso cotidiano.
“O motivo desse sucesso vai além da sua proteção contra o frio. Com os tempos de pandemia, quarentena e lockdown, os enchimentos do casaco funcionam como um edredom e nos trazem a sensação de levarmos a casa para a rua. É mais do que apenas um conforto físico”, explica.
“É uma versão de casaco que até bem pouco tempo atrás era considerada cafona e um modelo que não valorizava o corpo. A ideia da silhueta aumentada, que veio junto com a trend das roupas confortáveis, fez com que ela ressurgisse de uma forma fashion e não apenas como mais um tipo de proteção para dias frios”, destaca a modelo. “Costumo usar bastante, até porque ele aquece bem o corpo.”
Criado na década de 30 pelo americano Eddie Bauer, o casaco acolchoado foi inicialmente pensado para o guarda-roupa de homens que praticavam esportes na neve. Com o passar do tempo, alguns estilistas perceberam a aceitação do modelo e recriaram versões mais fashionistas e luxuosas. Ela ficou marcante na cultura pop em forma de colete, usada pelo personagem Marty McFly, no filme clássico dos anos 80 “De Volta Para o Futuro”.
Desde então, a volumosa peça continua aparecendo com sua estrutura acolchoada, sendo geralmente feita de nylon ou fibras sintéticas, mas sempre com novas releituras.
“As modelagens dessa estação são mais puxadas para o oversized e possuem acabamentos diferenciados, como o efeito glossy. Os que estão mais em alta são os da tradicional Moncler, que vem em vários cortes: cropped, normais ou um pouco mais compridos”, aponta Marília.
“Entre os tons, o rosa e o prateado são super populares, mas existem diversas opções, desde as mais discretas às mais chamativas. Apesar disso, a cor preta é a mais vista no mercado.”
A modelo indica diversas maneiras de usar a peça em looks mais básicos ou sofisticados.
“De acordo com cada versão desse casaco, é possível criar diferentes looks, desde algo mais descontraído a algo mais arrumado. Ele deixa a produção mais estilosa, especialmente se for combinada com peças mais trabalhadas, para criar aquele visual hi-lo. Se tiver uma cor forte protagonizando, dá para investir em um outfit monocromático. O contraste do casaco grande com peças de comprimento mini ou produções totalmente oversized também são propostas interessantes”, comenta.
Ela descreve o outfit que costuma compor utilizando a puffer jacket. “Meu visual preferido com esse tipo de peça é um conjunto de legging e top, uma bolsa de tamanho pequeno, tênis esportivo ou algo mais casual e casaco (cropped ou normal). Ou um look mais arrumado para sair, t-shirt branca, calça jeans, salto alto e casaco, completando com acessórios e uma bolsa.”
Mesmo que o clima do Brasil seja mais quente durante o ano, Marília acredita que essa moda vai chegar com tudo no país. “Creio que será uma tendência, principalmente por influencers e fashionistas que seguem as tendências de fora. Uma das maiores influenciadoras do universo fashion é a italiana Chiara Ferragni, que já foi fotografada várias vezes usando a peça, impactando milhões de seguidores por todo o mundo”, avalia.