A Casa Branca afirmou nesta segunda-feira (25) que a afirmação norte-coreana de que o governo dos EUA teria declarado guerra contra o país asiático é “absurda”. A afirmação foi feita após o ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong-ho, dizer que os comentários ameaçadores do presidente americano, Donald Trump, sobre seu país e suas lideranças equivalem a uma “declaração de guerra” e afirmar que tais ameaças dão a Pyongyang o direito de abater aviões de guerra dos Estados Unidos – mesmo que eles não se encontrem no espaço aéreo do país asiático.
“Não declaramos a guerra à Coreia do Norte, e francamente, sugerir isso é absurdo”, disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, em uma entrevista coletiva. “Nunca é apropriado que um país dispare contra as aeronaves de outro país quando se encontram sobre águas internacionais”, acrescentou.
“O mundo inteiro deve lembrar claramente que foram os EUA que declararam guerra ao nosso país primeiro”, afirmou o ministro a repórteres ao deixar a sede das Nações Unidas em Nova York, após uma semana de encontros com líderes estrangeiros no âmbito da Assembleia Geral.
Diante de tais ameaças, “teremos todo o direito de adotar contramedidas, incluindo derrubar bombardeiros americanos mesmo que eles não estejam no espaço aéreo do nosso país”, reforçou. “A questão sobre quem não estará por perto por muito mais tempo será respondida nesse momento”, completou o ministro, em resposta a uma declaração feita por Trump no sábado passado.
Após a fala de Ri nas Nações Unidas, o presidente americano afirmou, no Twitter, que nem o ministro nem o líder Kim Jong-un estarão “por perto por muito mais tempo” caso mantenham sua retórica.
Em seu discurso na ONU no sábado, Ri declarou que as ameaças e insultos de Trump vão tornar inevitável uma “visita de mísseis norte-coreanos ao território continental dos EUA”.
Momentos mais tarde, ainda no sábado, Washington anunciou que bombardeiros da Força Aérea dos EUA, escoltados por jatos de combate, voaram no espaço aéreo internacional perto das águas da Coreia do Norte.
Em nota, o Pentágono deixou claro que o voo foi executado como uma forma de demonstrar força frente ao regime de Kim Jong-un. “Esta missão é uma demonstração da determinação dos EUA e uma mensagem clara de que o presidente tem muitas opções para derrotar qualquer ameaça.”
Os recentes episódios ocorrem na esteira da escalada de tensões entre Washington e Pyongyang por causa do programa de armas nucleares conduzido pelo regime norte-coreano, que incluiu só neste mês a detonação de uma bomba de hidrogênio e o lançamento de mísseis intercontinentais.
Na semana passada, Trump indicou, durante seu discurso na abertura da Assembleia Geral da ONU, que os EUA são capazes de “destruir totalmente” a Coreia do Norte caso seja necessário.
Em reação ao discurso, Kim Jong-un disse que o presidente americano “pagará caro” por suas ameaças. “Trump insultou a mim e a meu país diante dos olhos do mundo, e fez a mais feroz declaração de guerra da história. Domarei com fogo esse americano senil mentalmente perturbado”, afirmou o líder em comunicado.
Fonte: UOL
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