Especialistas alertam sobre prevenção e tratamento da condição que aumentou 67,8% em 12 anos, atingindo mais da metade da população, segundo pesquisa
Enquanto uma parcela dos brasileiros incorporou na rotina hábitos saudáveis para evitar as gordurinhas indesejáveis, como o consumo de frutas e hortaliças e a prática de atividades físicas, a outra parte da população está ficando cada vez mais obesa. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, o índice de pessoas diagnosticadas com obesidade é o maior em 12 anos. Houve um aumento de 67,8% entre 2006 e 2018, sendo a maioria adultos entre 25 a 34 anos, totalizando 55,7% de obesos no País. O número de cirurgias bariátricas, opção de tratamento para os casos mais extremos, também teve um aumento significativo, totalizando 85% nos últimos oito anos.
Apesar de melhorar o cardápio, o brasileiro ainda está optando por produtos processados e industrializados, além do consumo de itens calóricos e de baixa valor nutricional, os quais são gatilhos para a condição de obesidade. A OMS (Organização Mundial da Saúde) a definiu como um acúmulo anormal e excessivo de gordura corporal que pode atingir graus capazes de desencadear graves problemas de saúde, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. O que pode apontar e classificar o grau da obesidade é o IMC (Índice de Massa Corporal), um cálculo simples que divide o peso pela altura ao quadrado e quando o resultado é igual ou maior que 29,0, fica o alerta para a doença.
A Dra. Flávia Ricci, endocrinologista do Hospital Brasil, explica que assim como a prevenção, o tratamento da obesidade também consiste na mudança no estilo de vida, adotando práticas e hábitos saudáveis e, nos casos mais intensos, a cirurgia bariátrica. “Quando já diagnosticado com obesidade, o paciente aprende a importância desse estilo de vida e começa uma dieta e exercícios regulares. Em alguns casos, essa prática é associada a métodos medicamentosos, como os inibidores de apetite ou para ansiedade. Para as pessoas consideradas refratárias a essas abordagens iniciais e que apresentam um alto grau de obesidade, é indicado o a cirurgia”, explica a especialista.
Núcleo dedicado a prevenção e tratamento
Considerada como um dos procedimentos cirúrgicos mais seguros atualmente, cirurgia bariátrica está no hall dos procedimentos com índice positivo no Brasil. Entre os anos de 2011 e 2018, foram aproximadamente 500 mil cirurgias realizadas, totalizando um aumento de 85%. O cirurgião geral e bariátrico do Hospital Brasil, Dr. Renato Barretto, explica que o Núcleo de Prevenção e Tratamento da Obesidade do Hospital Brasil reflete esse crescimento. “Em 2018, realizamos 224 cirurgias bariátricas no Centro. Este ano, em apenas sete meses este número já aumentou, totalizando 255 procedimentos”, conta.
Para auxiliar na prevenção e no tratamento clínico da obesidade e suas consequências, o Núcleo de Prevenção e Tratamento da Obesidade do Hospital Brasil, pioneiro no ABC, disponibiliza uma equipe multidisciplinar composta por cirurgiões bariátricos, endocrinologistas, fisiatras, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, tendo à disposição todas as especialidades médicas do Hospital, como também os exames necessários para o preparo das cirurgias. Com destaque para as cirurgias bariátricas, além da técnica de vídeo laparoscopia, o núcleo exclusivo também realiza os procedimentos com uso de robôs. Uma técnica minimamente invasiva ao paciente, e que proporciona ao cirurgião mais precisão, maior liberdade de movimentos e imagens de resolução 3D.
O Núcleo de Prevenção e Tratamento da Obesidade foi criado justamente com objetivo de proporcionar assistência multidisciplinar aos pacientes portadores de obesidade mórbida, doenças metabólicas como diabetes e dislipidemias com falência do tratamento clínico. Para o especialista, o diferencial do núcleo está na capacidade de unificar o tratamento e prevenir a obesidade. “A integração das equipes, associada à experiência e o pioneirismo dos cirurgiões que vem atuando há anos no combate e tratamento da obesidade com contínuo aprimoramento dos seus conhecimentos, além da retaguarda do Hospital, que é estruturado com tecnologia de ponta, com destaque para a cirurgia robótica como opção de tratamento desta doença, é de extrema importância para o processo de melhoria da saúde do paciente”, ressalta Barretto.