Incidência do tumor geralmente ocorre nos indivíduos com idade entre 15 e 50 anos
As mulheres já conhecem de longa data a importância do autoexame das mamas para o diagnóstico precoce de câncer. A mesma orientação deve ser seguida pelos homens com relação aos testículos. “É essencial que, desde a adolescência, os homens apalpem mensalmente os testículos para descobrir qualquer alteração”, orienta Ramon Andrade de Mello, médico oncologista, professor da disciplina de oncologia clínica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e da Escola de Medicina da Universidade do Algarve (Portugal).
Apesar da incidência de tumor nos testículos responder por apenas 5% do total de casos de câncer no público masculino, ele preocupa por atingir uma população em idade de 15 a 50 anos. “A pessoa deve procurar orientação médica sempre que notar alterações como um nódulo, rigidez, dor, desconforto ou aumento do saco escrotal”, explica o professor da Unifesp.
Os riscos da doença são maiores em pacientes com histórico familiar, que passaram por lesões e traumas na bolsa escrotal e trabalhadores expostos a agrotóxicos. Os homens com criptorquidia, que é a permanência do testículo fora da bolsa escrotal depois do nascimento, também têm chances de desenvolver o tumor. “Nas últimas décadas, temos visto ainda o aumento dos casos de câncer no escroto por homens que, em algum momento, fizeram uso indiscriminado de anabolizantes”, alerta o médico oncologista.
Ramon esclarece que o diagnóstico precoce alcança quase 100% de cura entre os pacientes. Para alguns casos, pode ser indicada a cirurgia, com a retirada do testículo afetado. Para outros, é possível fazer o tratamento com quimioterapia, afirma o oncologista.