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O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) mostra a importância de redobrar os cuidados com a higiene e das consultas com o cirurgião-dentista especializado em Odontogeriatria

O Alzheimer é um distúrbio neurodegenerativo progressivo que tem como principais sintomas a deterioração cognitiva e da memória. Essa condição afeta o cotidiano da pessoa com a doença, que pode deixar de realizar tarefas corriqueiras como a higiene oral. Fundamental para a manutenção da saúde, em muitos casos, a atividade precisa ser monitorada por um familiar ou outro responsável. Além do cuidado com a escovação, esses pacientes devem fazer visitas regulares o cirurgião-dentista especializado em odontogeriatria.

Seguir as recomendações do profissional da Odontologia será essencial para o paciente com Alzheimer. Os medicamentos indicados para o tratamento da doença podem causar a hipossalivação (redução do fluxo salivar), aumentando as chances de desenvolver a cárie e ou doença periodontal por exemplo.

A presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatra do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Denise Tibério, destaca as especificidades do atendimento ao paciente com Alzheimer. “Durante a anamnese é importante que o profissional crie um vínculo com o paciente e seus familiares para determinar a melhor abordagem de tratamento, causando o menor estresse possível a pessoa com a doença”, aponta.

Exames radiográficos, o histórico médico, os medicamentos utilizados e a forma como a família lida com o paciente também servem de apoio para o planejamento do tratamento odontológico.

Cuidados na fase inicial do Alzheimer

No estágio inicial da doença — caracterizado pela perda de memória recente e a dificuldade em reter novas informações — o paciente com Alzheimer ainda costuma frequentar periodicamente o consultório odontológico. Por isso, o cirurgião-dentista deve aproveitar para fazer o máximo de exames possíveis como raio x panorâmico e radiografias periapicais. A intenção é a prevenção.

Restaurações nos dentes, ajuste oclusal, tratamento periodontal e problemas nas próteses dentárias também costumam ser identificados e resolvidos na fase inicial do Alzheimer.

“Nessa etapa vale ressaltar a importância da higiene oral, com o uso de cremes dentais com flúor e componentes terapêuticos, são as medidas que evitam a formação da placa bacteriana e por consequência problemas bucais”, afirma Denise Tibério.

Cuidados no estágio intermediário

Perdas cognitivas adicionais, distúrbio na linguagem, repetição das palavras, incapacidade de autocuidado, risco de acidentes secundários. Esses são sintomas recorrentes em pacientes no segundo estágio da doença.

Nessa fase, a realização de procedimentos odontológicos no paciente pode causar irritabilidade e recusa. Para esses casos, a indicação é o atendimento na modalidade home care, com a presença da família e/ou dos cuidadores.

Como o paciente está em uma fase mais debilitada, as próteses bucais podem ser removidas para aliviar qualquer desconforto. Porém, a indicação feita pelo profissional deve ser muito criteriosa, principalmente nos casos em que o paciente se alimenta via oral.

Medidas na fase terminal da doença

A fase terminal da doença é definida pela desorientação profunda, dependência total, perda completa de memória recente, episódios de agressividade, ansiedade e rigidez muscular. Portanto, tratamentos odontológicos mais prolongados e complexos devem ser evitados.

Intensificar os cuidados com a higiene e remover qualquer foco de infecção são as principais medidas tomadas nesta etapa. A intenção é proporcionar o máximo de qualidade de vida ao paciente. O atendimento nessa fase será feito somente no ambiente hospitalar.