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DOSSIÊ

A “saúde mental” vem sendo definida de várias formas e influenciada pelas diferenças culturais, julgamentos subjetivos e teorias relacionadas. A OMS, Organização Mundial de Saúde afirma que não existe definição “oficial” de saúde mental. A saúde Mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a resiliência psicológica. Admite-se, entretanto, que o conceito de Saúde Mental é mais amplo que a ausência de transtornos mentais”


Saúde Mental pode ser descrita como o equilíbrio emocional entre os traços característicos dos indivíduos em contraponto com as vivências e as exigências externas.
Pode-se considerar saúde mental como os esforços individuais do ser humano de administrar sua própria vida, as emoções que ladeiam sua própria vida, suas emoções e a forma como lida com as adversidades que nela aparecem. É ser capaz de ser sujeito de suas próprias ações sem perder a noção de tempo e espaço. É buscar viver a vida na sua plenitude máxima, respeitando a si mesmo e ao outro.

Saúde Mental é sinônimo de saúde e bem-estar diante de si mesmo e diante dos outros. Estar diante das exigências da vida e saber lidar com elas, sejam positivas ou negativas. Saber enfrentar as emoções com serenidade, sejam elas boas ou ruins e estar diante de uma situação difícil, reconhecer os limites e buscar ajuda quando for necessário.
De acordo com a OMS, os seguintes itens foram identificados como critérios de saúde mental: Atitudes positivas em relação a si próprio; Crescimento, desenvolvimento e auto-realização; Integração e resposta emocional; Autonomia e autodeterminação; Percepção apurada da realidade; Domínio ambiental e competência social.

Quando o indivíduo não atende os critérios acima para gerir sua vida, precisa buscar a ajuda certa para ter, num tempo curto, a estabilidade necessária para viver em paz e com saúde mental. A terapia EMDR (Dessensibilização e Reprocessamento por meio do Movimento dos Olhos, na sigla em inglês) pode ser esta grande saída. EMDR é uma abordagem terapêutica de tratamento desenvolvida pela psicóloga norte-americana Francine Shapiro, que tem por objetivo o reprocessamento de experiências traumáticas pelos indivíduos. Entre os resultados podemos citar a cura de feridas emocionais traumáticas e redução de sintomas de ansiedade e depressão, principalmente de pessoas que buscam uma melhoria em sua saúde mental.

A abordagem terapêutica é uma terapia faseada que utiliza os estímulos visuais, auditivos e táteis para fazer a estimulação bilateral dos hemisférios do cérebro humano – lado esquerdo e direito que tem funções distintas e muitas vezes são ativados de maneira diferente. A ativação do hemisfério direito acontece quando ocorrem as conexões ligadas às emoções e à criatividade, em contrapartida, o hemisfério esquerdo tem a função de processar as experiências mais racionais, raciocínio lógico e os centros cerebrais responsáveis pela inteligência, cognição. A sincronia dos hemisférios cerebrais pode ser dificultada quando estamos diante da razão e emoção, desta forma, causando uma interferência na maneira como as experiências vividas são armazenadas em nosso inconsciente.

“O EMDR é uma abordagem psicoterapêutica que compreende princípios, procedimentos e protocolos. Não se trata, apenas, de uma técnica caracterizada pelo uso dos movimentos oculares, mas se fundamenta na premissa de que cada pessoa possui uma tendência inata para a saúde e para a integração, e a capacidade interna para alcançá-las”, explica Profª Drª Ana Lúcia Castello, psicóloga clínica e presidente da Associação Brasileira de EMDR. “A EMDR possibilita que o paciente adentre nos pilares da memória dos traumas de maneira significativa por meio da estimulação bilateral do cérebro. Uma vez que as recordações negativas são reprocessadas e situadas em sua dimensão real, produz-se aumento da autoestima e da sensação de domínio diante da vida.”

Quando a pessoa está acometida por experiências negativas, traumáticas, o processamento adaptativo de informações, inato, não consegue reprocessar as experiências e as desloca para áreas do cérebro onde ficam congeladas, e muitas vezes podem vir a tona em situações em que a pessoa se depara muito tempo depois. Ana Lucia Castello, da Associação Brasileira de EMDR, enumera resumidamente sintomas que podem apontar para que o indivíduo procure uma terapia com o objetivo de buscar paz e saúde mental: recordações recorrentes e respectivas do evento com muita perturbação; atuar ou sentir bruscamente como se o trauma estivesse ocorrendo; pesadelos recorrentes do incidente; amnésia total ou parcial do trauma; sentimentos de desapego e distanciamento dos outros; Incapacidade de amar e de sentir; transtornos de humor; transtornos do sono, com insônia predominando; dificuldade de concentração; instabilidade emocional; explosões de ira; estado de hiperalerta.

Uma vez iniciado o tratamento o paciente é avaliado em cima da queixa que traz, onde o profissional conceitualiza o caso, prepara o paciente instalando recursos terapêuticos, monta um plano de tratamento e em seguida, finaliza o protocolo de 8 fases, avaliando, dessensibilizando e reprocessando a experiência, instalando crença positiva e fazendo uma checagem corporal para avaliar se não existe mais perturbação quando se remete novamente ao trauma.