Especialista comenta sobre as principais dúvidas relacionadas
à cirurgia
Perder peso é um grande desafio para muitas pessoas e em diversos casos, a luta
em busca pelo emagrecimento não acontece apenas pela questão estética, mas também pela saúde. Atualmente, a obesidade é uma das
condições de saúde que mais atingem a população brasileira, e essa condição está ligada não só a fatores genéticos, mas também
pelos hábitos de vida pouco saudáveis, como alimentação desequilibrada e falta de exercícios físicos.
De acordo com
os dados mais recentes do Ministério da Saúde divulgados em 2017,
um em cada cinco brasileiros está muito acima do peso. A pesquisa
apontou que 41,6 milhões de pessoas ou 19,8% da população possui
índice de massa corporal (IMC) acima de 30, o que é considerado
obesidade. Destes, um terço (ou 13,6 milhões), possuem IMC acima de 35,
o que os coloca na posição de obesos mórbidos.
E esses
números alarmantes aos poucos começam a se refletir também no volume de
cirurgias bariátricas realizadas no País: de acordo com a Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), em 2018 foram realizadas 63.969
cirurgias de redução do estômago, como o procedimento é popularmente
conhecido. Destes, 49.521 foram realizados por meio da saúde
suplementar (planos de saúde), 11.402 cirurgias pelo Sistema Único de
Saúde (SUS) e 3.046 cirurgias particulares.
Isso
representa um aumento de 4,38% em comparação a 2017, quando foram
realizadas aproximadamente 61.283 mil cirurgias pelo SUS e ANS. Todavia,
o total de procedimentos realizados no ano passado representa
apenas 0,47% da população obesa com IMC acima de 35, e que, portanto,
seria elegível à cirurgia bariátrica e metabólica no
Brasil.
Em partes isso ainda se deve à desconfiança da população em torno do
procedimento e da falta de conhecimento sobre a relação da intervenção com a melhoria da saúde e da qualidade de vida.
Diante das muitas dúvidas de pacientes e familiares, o cirurgião bariátrico
Thales Delmondes Galvão esclarece os principais mitos e verdades sobre o procedimento.
Qualquer pessoa pode realizar a cirurgia bariátrica
Mito: O
procedimento é indicado para pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC)
maior que 40, ou maior que 35, desde que possuam um conjunto de doenças
associadas à obesidade, como diabetes, hipertensão e
dislipidemias (anomalias dos lipídios no sangue). Além disso, a cirurgia
também é recomendada para pacientes com o IMC maior que 30 com
diabetes de difícil controle.
O
paciente pode engordar de novo após realizar o procedimento
Verdade: A
cirurgia bariátrica estimula a perda de peso de forma efetiva. Porém,
se o paciente não adotar uma mudança de hábitos saudáveis como uma
alimentação saudável e a prática de exercícios físicos, poderá
ocorrer algum reganho de peso.
Após
realizar a cirurgia, o paciente terá que realizar cirurgia plásticas
Mito: A
necessidade de realizar cirurgia plástica após o procedimento deve ser
avaliada caso a caso e é importante que essa avaliação seja realizada
por uma equipe multidisciplinar. Em pacientes mais jovens, com IMC
não tão altos, e que praticam atividade física a necessidade de cirurgia
plástica após a Cirurgia Bariátrica são menores.
Cirurgia bariátrica ajuda a reduzir o risco de doenças graves
Verdade: Além
da perda de peso, a cirurgia bariátrica auxilia na melhora do
quadro de doenças relacionadas à obesidade entre eles: diabetes,
hipertensão arterial, apneia do sono, dislipidemias, esteatose hepática
além da elevação da qualidade de vida e longevidade
Quem
faz a redução de estômago não pode engravidar
Mito — A
paciente poderá engravidar. A mulher fica mais fértil e com chances
de uma gravidez mais saudável após a cirurgia bariátrica. Entretanto o
recomendado é que a gravidez seja evitada antes de completar um
ano e meio após a cirurgia até que ocorra a estabilização do peso.
Antes
de realizar a cirurgia, é necessário realizar avaliação médica completa com uma equipe multidisciplinar
Verdade — É necessário que o paciente candidato a uma cirurgia bariátrica
seja avaliado não só pelo cirurgião, mas também por cardiologista, endocrinologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta e
pneumologista.