Acompanhamento de cirurgiã(o)-dentista especialista em Odontogeriatria é essencial para a prevenção e tratamento de condições associadas à terceira idade;
Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional da Terceira Idade, comemorados em 01/10, trazem à tona a importância do atendimento odontológico para a saúde da população
Números do Ministério da Saúde mostram que os idosos já representam 14,3% da população brasileira, ou seja, mais de 29 milhões de pessoas – os dados dão a dimensão da importância do atendimento à saúde para essa faixa etária de brasileiros. Ainda de acordo com o Ministério, o Brasil tem cerca de 63,1% de edêntulos (pessoas desprovidas de dentes) na população acima de 60 anos.
Neste contexto, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), aponta a necessidade de cuidado odontológico especializado e reúne orientações importantes para a saúde bucal da população da terceira idade. Confira.
Consultar profissional especialista em Odontogeriatria
A especialidade se concentra nos fenômenos decorrentes do envelhecimento que também têm repercussão na boca e suas estruturas associadas. Visitas periódicas a(o) cirurgiã(o)-dentista especialista em Odontogeriatria são fundamentais para a avaliação do fluxo salivar, acompanhamento de possíveis efeitos de medicamentos na cavidade bucal, orientação de uso de escovas específicas e outras questões de saúde. Idosos, familiares e cuidadores devem incorporar à rotina o hábito de consultar o profissional especialista.
Cuidado com as próteses dentárias
Aparelhos dentários utilizados em substituição aos dentes ausentes são chamados de próteses. Essas estruturas protéticas são mais comumente usadas em idosos, e podem ser do tipo parcial – substituição pontual de alguns dentes – ou total, quando todos os dentes caíram ou foram removidos.
O uso de próteses dentárias demanda cuidado com o prazo médio de 5 anos para a troca do material, pois desgaste e ranhuras podem ser prejudiciais à saúde bucal, causando lesões na mucosa. Conservação e limpeza também demandam bastante cuidado – para evitar quedas, é essencial que a higienização seja feita em um lavatório, com cerca de 5cm de água para amortecer caso a prótese caia. Dessa forma, possíveis rachaduras são evitadas.
Ingestão de água e mastigação adequada
A xerostomia – condição associada à baixa produção de saliva pelas glândulas salivares – é um problema recorrente nos idosos. Ingestão de remédios, doenças crônicas ou o consumo insuficiente de água são fatores que contribuem para a sensação de boca seca. É importante acompanhar e tratar o problema, uma vez que a saliva é responsável pela proteção contra a entrada de bactérias no sistema digestor, além de cobrir a mucosa bucal. Para estimular a produção de saliva, recomenda-se o consumo de cerca de 2,5 litros de água por dia e a mastigação completa dos alimentos.
Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do CROSP, ressalta outro problema decorrente da xerostomia: “Com pouca saliva, a saúde bucal do idoso é perigosamente afetada pelo aumento do risco de doenças periodontais, pois a saliva colabora com a autolimpeza da cavidade oral”. A odontogeriatra alerta, ainda que a retenção de próteses totais também é prejudicada pela baixa salivação.