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saúde

Conhecida por sua função de induzir o sono, a melatonina não tem registro no Brasil como medicamento. Mas, após uma decisão judicial contrariar resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), foi autorizada sua importação, desde 2017.

A substância pode ser encontrada em farmácias de manipulação e seu consumo tem sido considerado excessivo por especialistas, que apontam os riscos de efeitos colaterais.

Mas, o que é melatonina?

Segundo a farmacêutica e bioquímica, Silvia Alves, a melatonina é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano através da glândula pineal.

Ela é também sintetizada bio identicamente para que possa suplementar no caso de deficiência na produção natural do hormônio. Ela é então encontrada em cápsulas gelatinosas, suspensões orais, pastilhas e soluções nasais para ajudar na indução e manutenção do sono, sem efeitos colaterais e assemelhando-se ao sistema fisiológico padrão.

É indicada para pessoas com dificuldade para dormir ou com problemas que envolvam a qualidade do sono. E é contra indicada para gestantes e lactantes devido à alta solubilidade e capacidade de ultrapassar a barreira e hematoencefálica. O médico deve ser sempre consultado.

Anvisa

A vitamina é ofertada na internet até para auxiliar no emagrecimento e combate ao diabetes, controle de enxaqueca e até mesmo na proteção contra os danos do mal de Alzheimer. Embora não haja consenso científico sobre esses supostos benefícios.

Recentemente, uma dermatologista norte-americana divulgou sua descoberta de que a melatonina ainda melhoraria no antienvelhecimento.

Apesar de necessária ao organismo, a substância tem contraindicações. De acordo com a Anvisa, “há riscos associados à utilização da melatonina que não podem ser ignorados”: o consumo de medicamentos contendo a substância pode causar inchaço da pele, boca ou língua, perda de consciência, depressão, irritabilidade, nervosismo, ansiedade, aumento da pressão arterial e função anormal do fígado, entre outros problemas.

“Acredito que o uso da melatonina só será controlado quando a Anvisa concluir os estudos sobre a eficácia e segurança da substância, além de regulamentar sua produção e comércio no país”, afirma a farmacêutica.

“Enquanto isso, cabe a nós, profissionais da saúde, fornecer o máximo de informação sobre o produto para que as pessoas façam um uso mais consciente”, completa.

Antienvelhecimento

Para a farmacêutica Silvia Alves, a melatonina age no antienvelhecimento, pois possui antioxidantes – responsáveis por inibir radicais livres – e também pelo envelhecimento da pele. Por isso existem estudos que garantem a eficácia da vitamina. A melatonina sintetizada a partir da serotonina  age regulando o ritmo biológico dos mamíferos. É conhecida como tradutor neuroendócrino do ciclo claro-escuro, onde nosso organismo identifica a hora de dormir (noite) e a hora de despertar (dia).

Segundo Silvia, a automedicação sempre foi uma questão de saúde pública no Brasil, porém, ela acredita que o acesso a informação tem melhorado esse cenário.

Ela afirma que assim como qualquer outro, o medicamento e/ou suplemento, deve ser acompanhado e indicado por um profissional habilitado.

 

Fonte: BBC e Silvia Alves, farmacêutica e bioquímica da Oficial Farma.

Foto: Reprodução