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Mudar de carreira nem sempre é fácil, mas para Monica Batista seguir sua paixão foi uma de suas melhores escolhas. Ela é biomédica esteta, especializada em Harvard e em entrevista exclusiva para A Mais Influente, ela fala sobre os desafios da profissão e de se especializar em outro país.

Desde nova, Monica sempre gostou de cuidar de pele, tinha mania de arrancar cravo, espinha, tratar de cabelo das pessoas, sempre gostou da parte da área de estética. Sempre quis cuidar de pele.  “Toda criança sempre sonha em ser médica, mas eu não tinha estrutura, porque sempre estudei em colégios precários e minha mãe não tinha condições financeiras”.

Quando trabalhava como fisioterapeuta num hospital na Zona Sul do Rio, aliava o trabalho com drenagens linfáticas, que começou a fazer em pessoas próximas. Todos elogiavam o meu trabalho, até que uma supervisora deu a ideia de eu começar a lecionar cursos e comecei a dar aulas para outras profissionais.

Descobriu que seu sonho era ser dermatologista, mas sabia que teria um grande desafio pela frente, já que cursar medicina não é tão fácil, ainda mais aos 20 e poucos anos. Foi presenteada por uma amiga com um livro sobre o assunto que mostrava doenças de pele. Foi nesse momento em que percebeu que queria trabalhar com beleza e descobriu a biomedicina.

O biomédico procura e investiga as causas das doenças. Há diversas áreas de atuação como análises clínicas, reprodução humana, saúde pública, entre outras e biomedicina estética, como a que  eu me especializei e sou biomédica esteta, cuidando da beleza e bem-estar, através de diversos tratamentos corporais, faciais e capilares como harmonização facial, rejuvenescimento, laserterapia, peelings, microagulhamento, mesoterapia capilar, radiofrequência corporal e facial, entre outros tratamentos.

“Foi assim que aliei todo meu conhecimento em fisioterapia para a biomedicina estética, me tornando biomédica esteta e realizando meu sonho de trabalhar para deixar a pessoas mais bonitas, saudáveis e com autoestima”.

Mudança de carreira
Percebeu, no dia a dia, que o interesse por beleza e estética estavam crescendo e que, como fisioterapeuta, podia aliar o conhecimento das duas áreas na biomedicina, que ainda está em expansão.

Trabalhou de 2004 a 2013 como fisioterapeuta, dando aula de Pilates, drenagem, massagem e orientando muito pacientes sobre alimentação. Hoje pode dizer que é uma profissional totalmente realizada, pois não vê o paciente apenas como uma pessoa que busca o serviço.

“Eu enxergo uma pessoa que busca por uma melhora tanto na saúde, como na aparência e por isso eu alio todo o meu conhecimento em fisioterapia e nutrição, pois também fiz uma pós-graduação em nutrição ortomolecular”.Desafios da profissão
Monica afirma que o mercado é muito competitivo e também possui muitas barreiras. Por não serem dermatologistas, os biomédicos podem seguir até certo ponto dentro da medicina. “O que também é positivo, já que somos profissionais com habilidades diferentes e em certas partes iguais”.

Ela conta que essa hierarquia às vezes causa competição, mas que enxerga isso de uma forma positiva, pois têm casos em que há uma troca entre dermatos e biomédicos, que não querem competir e sim somar.

Sororidade na profissão
“Queremos agregar valores e somar. Temos que aprender a pensar mais nos seres humanos e não apenas na parte financeira. Muitas pessoas têm um sonho e o sonho é se sentir plena e realizada. Não queremos competir… Porque não tiremos o conhecimento de ninguém. O Sol nasce para todas!”

Desafios
Enquanto fisioterapeuta, trabalhou com muitos jogadores de futebol e por ser mulher teve que impor muito respeito para que não confundissem o trabalho.

A profissional lamenta o cenário atual onde as profissões são estereotipadas.

“Fazia drenagens, massagens, lidava muito com o corpo das pessoas e às vezes poderia ser mal interpretada, o que não ocorreu”.

Ela diz que as pessoas deturpam a profissão, mas que segue firme e torce para que esses estigmas acabem e que as mulheres sejam respeitadas, independente da profissão.

Especialização em outro país
A primeira especialização de Monica foi em Harvard, em 2012 e foi o curso era sobre tratamento na parte de doenças, como diabetes porque o profissional tem que saber como lidar com pacientes que apresentam esse quadro dentro da estética.

A segunda, cursou recentemente, em 2017 sobre harmonização facial e eu confessou estar apaixonada. “Gosto de mostrar que cada um tem sua individualidade e sua beleza”.

Conselho para mudança de carreira
A biomédica diz que nunca podemos desistir de um sonho, por mais que seja difícil. “Eu sou prova disso, porque eu vim de uma família humilde, minhas amigas estudaram fora quando era mais nova e eu não tive essa oportunidade, porém não foi motivo para eu desistir e hoje me sinto realizada totalmente”.

Ela aconselha que, primeiro, é preciso fazer um teste para ver qual área você gostaria de atuar e não pensar na idade. Ela está com 40 anos e está retomando os estudos. Outro conselho também é que nunca parem de estudar, que sempre busquem conhecimento, pois é algo que ninguém tira de você.

“Ter paixão pelo que faz, dedicação e sempre buscar atualização, sem ter medo dos desafios”.

 

Foto: Arquivo Pessoal