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A carreira e o estilo de vida consciente da atriz que ganhou destaque em novela das seis.

Fotos: Ricardo Penna


Olivia Torres foi apresentada ao meio artístico ainda muito nova. Aos 10 anos de idade teve o primeiro contato com o universo televisivo, mas antes já sabia que gostaria de trabalhar atuando. Projetada a partir de “Malhação”, em 2009, Olivia constrói uma carreira de sucesso. Em entrevista exclusiva, ela contou sobre a trajetória, estilo de vida, e sobre sua personagem atual em “Tempo de Amar”, novela das 18h da Globo.

Para começar, de onde veio a vontade de ser atriz? Sempre foi um sonho? Ser filha da atriz Sofia Torres e do produtor cultural Lucas Mansor, duas pessoas do ramo artístico, te influenciou? Super influenciou! Eu brinco que não lembro de ter vontade de trabalhar em outro ramo, com outra profissão. Não me lembro de sonhar em ser astronauta, médica, veterinária, nem de brincadeira… Eu sempre quis ser atriz! Sempre acompanhei meus pais nos trabalhos deles, principalmente o meu pai.

O universo teatral, da coxia, dos atores, sempre me encantou! Eu sabia que queria fazer algo que envolvesse aquela magia. Acabei me direcionando para ser atriz, mas eu era encantada pela coxia.

Talvez a única outra profissão que eu tenha brincado de querer ser é contrarregra*, porque eu amava. Sempre foi um sonho muito próximo, algo cotidiano na minha vida. Eu comecei a fazer aulas de teatro por vontade própria quando tinha seis anos, e isso sempre me envolveu muito. Sempre vivi esse sonho, e comecei a tralhar muito cedo, com 15 anos.

*profissional do teatro responsável pelo apoio à produção na montagem e desmontagem de cenários, e mudança de figurino de espetáculos

Sua primeira participação em novelas aconteceu em “Começar de Novo”, com apenas 10 anos. Tem alguma lembrança especial deste trabalho? Na verdade, meus trabalhos em “Começar de Novo” e “Hoje é Dia de Maria” aconteceram, mas não como atriz. Eu sempre fiz aula de canto, fazia parte de um coral na época, e a gente foi cantar nessas duas novelas. Então foi uma participação com o coral, a gente cantava em um mausoléu…

Os meninos e meninas do coral eram amigos, e a gente achou divertido, topou e foi, pra conhecer esse universo da televisão. Foi quase uma Disney, a gente se divertiu bastante. A lembrança que eu tenho é de estar com meus amigos, em um lugar mágico e diferente de tudo que eu já tinha visto antes.

Em 2009 você interpretou a Rita, em “Malhação”. Para a maioria dos atores que estão iniciando, a novela é uma grande escola de aprendizagem, e isso gera o sonho de participar. Com você também foi assim? Como foi essa experiência? Foi muito inesperado. Eu estava filmando “Desenrola” na época, e eles me chamaram pra fazer o teste pra “Malhação”. Lembro que fui fazer o primeiro teste depois de um dia de set, tudo começou como uma brincadeira. Nunca tive esse sonho, essa expectativa de trabalhar na “Malhação”. Eu queria trabalhar com teatro, e aí apareceu “Desenrola”, que é cinema, e eu fiquei encantada. Quando me chamaram, achei que poderia ser divertido fazer o teste, mas nunca com o objetivo de passar, foi de uma forma bem despretensiosa.

Eu não tinha construído um ideal de como seria participar da “Malhação”, foi tudo uma novidade, e a experiência não poderia ser mais gratificante! De fato é uma escola! Todo mundo tá começando, a galera é jovem, querendo conhecer, muitas vezes de outras cidades, e acaba sendo criado um núcleo de amizade muito forte.

Vim pro Rio de Janeiro aos nove meses, então minha história é aqui. Mas pra muitos, é uma cidade gigante e nova, então a gente acaba se ancorando muito nos outros. As pessoas da direção sabem que estão lidando com uma galera que tá aprendendo a fazer. Trabalhando muito, com responsabilidades, todos estão dispostos a ensinar, a querer tirar nosso melhor, ensinando técnicas de como se posicionar pra câmera, como se concentrar no set… Enfim, é muito bonito! Foi uma experiência muito importante e eu tenho muitas saudades dos meus amigos da época.

Hoje você está conseguindo bastante destaque com a personagem Tereza na novela “Tempo de Amar”. Como está sendo participar de uma trama que se passa em outro período histórico? Tá sendo demais! As pessoas sempre comentaram comigo que eu precisava fazer uma novela ou algum trabalho de época, porque achavam que eu tinha o perfil ou algo do gênero, o que eu acho muito engraçado. Então, diferente da “Malhação”, sempre esteve no meu imaginário fazer algo de época.

Tá sendo um sonho, muito divertido. É um exercício muito desafiador, porque demora um tempo pra você pegar embocadura, a formalidade do falar da época, os costumes, como se portar, etc e tal. Depois de dois ou três meses eu engatei, comecei a fazer isso de modo natural. A gente, eu e o Jayme Matarazzo, até fica brincando que agora a gente só sabe falar de forma formal, caçoando um do outro, falando assim na vida real. Todo mundo já pegou esse jeito mais formal de se comunicar, de escrever mensagem no WhatsApp como se fosse uma carta de 1930…

E tá muito bonita a novela, muito bem cuidada, os atores são incríveis, a minha personagem tem me dado muitas alegrias, eu tenho ficado muito contente com a Tereza.

E como tem sido a rotina de gravações agora que a novela vai entrar na reta final? Igual antes. Acho que o nosso trabalho como atores tem uma dinâmica diferente de alguns outros trabalhos, a gente tem uma regularidade um pouco maluca de horários. Inclusive a gente não tem: de vez em quando eu entro às onze, às oito, ou entro quatro horas da tarde, assim por diante.

Mas nada disso é difícil pra mim, na verdade, porque todo trabalho exige que a gente fique trabalhando dez, doze, oito horas por dia e o nosso não é diferente. Inclusive em comparação com a galera que faz câmera, com os diretores, é uma rotina muito mais tranquila. E tem sido assim, feliz e tranquila.

Você é do tipo de atriz que se apega aos personagens e sofre quando a novela acaba? Eu sinto saudades antecipadas dos meus colegas, dessa rotina, e do dia a dia que é construído ali e que não vai ter mais. E claro que é, de alguma forma, uma morte. Você tem que se despedir do seu personagem, você não vai encontrar ele mais, a trajetória vai se concluir ali… Sei lá, o personagem vai seguir sozinho, e eu vou seguir sozinha para outros personagens.

Acho que não sofro de apego ao personagem. É claro que eu me despeço, mas tô pronta pro próximo, acho que ao final da novela a gente já fica uns bons oito meses envolvido, é bastante tempo. Ainda não tô pronta pra me despedir da Tereza!

Mas quando a novela terminar, o Alcides [Nogueira] e a Bia [Corrêa do Lago] vão escrever uma história legal pra todos os personagens. A gente tem sempre uma boa conclusão, um final que a gente acredita que o personagem merece, então acaba dando um acalento no coração.

Sempre sinto saudades da equipe, dos amigos e do elenco, isso é natural, e disso acho que eu sempre vou sofrer, não tem muito o que fazer. É sempre uma felicidade reencontrar essa galera nos próximos trabalhos, eu tenho certeza que vou reencontrá-los.

Qual é o seu momento “válvula de escape”? Aquele que você precisa ter para relaxar e conciliar a rotina da profissão com atividades paralelas. Engraçado, essa expressão não acho muito cabível. Eu não sinto que preciso escapar de nada, acho que a minha rotina é tranquila, saudável, não me sinto estressada com a minha profissão nem com a minha rotina, nada disso.

Eu sempre começo meu dia fazendo algum tipo de exercício, mexendo meu corpo, antes de ir trabalhar, antes de fazer qualquer coisa… Isso é algo que deixa minha energia melhor, sempre me faz bem, me sinto mais acordada pro resto do dia, mais viva, rendendo mais. Quando não faço isso, me sinto frustrada. Desestresso do dia anterior me sinto renovada pro início do dia.

Tudo que eu faço é pra ter cada vez mais uma vida que me agrade. Faço coisas que fazem eu me sentir bem. Encontrar meus amigos, sair pra jantar, ir ao cinema, ir dançar – eu amo dançar. E agora… Carnaval!

Quais são suas maiores influências como atriz? Não sei se conseguiria citar, porque sinto que eu sempre vou esquecer algum nome. São atrizes do nosso país e de outros, diretoras, diretores, atores… Com o trabalho de outros profissionais, colegas, eu me sinto inspirada. O trabalho que tá sendo feito aqui no Brasil me deixa com sede de trabalhar, com mais interesse em estudar.

Como cuida da boa forma? Faz exercícios físicos e segue uma dieta? Eu não cuido da boa forma, cuido do meu coração, da minha energia, da energia do meu dia, da minha consciência! Eu me cuido comendo uma dieta que é vegetariana restrita, sem derivados de animais, sem derivados de leite e ovo.

Faço o exercício diário de não ficar nessa corrida pela forma ideal, acho que é uma corrida não saudável.  Tenho vontade de ter um corpo feliz, que mexe, que responde aos meus estímulos quando eu quero sair correndo, ir dançar, mas isso é uma vontade minha, específica. Gosto de ter o meu corpo alerta, mas não tenho vontade de ficar focando no cuidar da boa forma e sim na minha energia, do meu dia a dia.

Você tem algum segredo de beleza caseiro que realmente funcione? Não tenho… Eu uso muitos creminhos do tipo “naturebas”, de feirinhas de produtores, saio comprando vários desses que acho diferentes e divertidos.

Eu tô pra experimentar passar, por recomendação da minha dermatologista, um hidratante natural para o cabelo, que é óleo de coco com abacate. Deixa durante meia hora no cabelo, depois lava. Não precisa dormir com ele, é pra ficar durante o dia. Mas ainda não experimentei!

E moda? Você acompanha? Segue alguma tendência?Acompanho, assim, via Instagram, e coisas que chegam pra mim. Mas eu sou muito curiosa com Instagram, gosto de entrar em sites de marca, acho bonito quando vejo foto de desfile e tal, mas confesso que não sigo.

É claro que quando você fica vendo imagens, isso acaba permeando seu imaginário, e as coisas que você começa a ficar com o olho brilhando vão seguindo, de alguma forma, alguma tendência. Mas nada específico que eu fique ligada e queira no meu armário.

Até porque a maioria das roupas que eu compro são 75% de brechó, e não dá pra seguir muita tendência com coisas que já se passaram, apesar de eu achar que brechó e bazar são uma tendência agora.

Eu compro sempre com empresas de roupa consciente. Comprei um jeans reciclado maravilhoso, comprei um sapatinho vegano que tava precisando… Gosto de comprar esse tipo de roupas e de alguma forma isso também é uma tendência, uma moda mais interessada no macro, não ser tão imediatista, isso me interessa muito! E eu adoro me divertir me vestindo, fico contente quando monto uma roupa e ela tá bonitinha.

Quais são seus planos pessoais e profissionais para o futuro?Eu espero que para 2018 meu trabalho siga sendo maravilhoso comigo, que as oportunidades continuem aparecendo de uma forma tão bonita quanto foi ano passado. Que eu continue tendo interesse em estudar, em crescer na minha profissão. Tenho muita vontade de viajar esse ano… São muitas coisas!

Como profissional, espero assistir muitos filmes bons, muitas peças boas, que o trabalho me dê muita felicidade. Quero continuar com meus amigos por perto, que eu trabalhe com eles e conheça pessoas com quem ainda não trabalhei, que reencontre outras. Que trabalhe sempre rodeada de carinho e afeto como tem sido. É isso.


Ping-Pong

• Nome: Olivia Torres Mansor
• Idade: 23 anos
• Local de nascimento: São José do Rio Preto, SP
• Altura: 1,66cm
• Apelido: Oli, Óli – mas normalmente as pessoas me chamam de Olivia mesmo
• Qual é sua maior qualidade? Curiosidade
• E seu maior defeito? Impulsividade
• O que você mais aprecia em seus amigos? Generosidade
• Sua atividade favorita é: Em janeiro e fevereiro, sair pro carnaval :)
• Qual é sua ideia de felicidade? Trabalhar sendo desafiada, uma prato de comida vegana e uma viagem com amigos
• Quem você gostaria de ser se não fosse você mesmo? Sophia Coppola
• E onde gostaria de viver? São Paulo
• Qual é sua viagem preferida? Quando fui passar o réveillon em Moreré, na Bahia
• Qual é sua cor favorita? Vermelho
• E qual é sua comida favorita? Curry de legumes
• Um animal: Minha gata, Catita
• Quais são seus atores preferidos? Isabelle Huppert, Cássia Kis Magro, Frances McDormand e mais outros mil…
• E seus cantores? Patti Smith, Milton Nascimento, Concha Buika…
• O que você mais detesta? Quando não se tem empatia
• Que dom você gostaria de possuir? Saber tocar muitos instrumentos
• Uma mania: Acho que não tenho
• Um sonho de consumo não realizado: Viajar para o Japão
• Uma lembrança de infância: Cheiro de terra molhada em São José do Rio Preto
• O que o irrita? Quem monopoliza conversas
• O que ou quem é o maior amor de sua vida? Meu trabalho e meus pais
• O que você considera a sua maior conquista? Ter me tornado independente financeiramente aos 21 anos
• Qual é o seu maior tesouro? Meus amigos-irmãos
• Defina-se em uma palavra: Vontade!