“Do outro lado – O cinema de Fatih Akin” reunirá o conjunto da obra do renomado diretor alemão, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, de 21/01 a 02/02, com entrada gratuita
Fatih Akin é hoje um dos mais populares e prestigiados nomes do Cinema Europeu Contemporâneo
A mostra “Do outro lado – O cinema de Fatih Akin” reunirá o conjunto da obra do renomado diretor alemão, um dos mais premiados do cinema de seu país, na CAIXA Cultural Rio de Janeiro, de 21 de janeiro a 02 de fevereiro.
Fatih Akin é hoje um dos mais populares e prestigiados nomes do Cinema Europeu Contemporâneo. Sua obra cinematográfica reflete, quase sempre, acerca das relações existentes entre a Alemanha, país onde nasceu, e a Turquia, de onde vem sua família. O diretor apresenta esses dois mundos bastante diferentes, tanto econômica, quanto culturalmente, para falar de temas político-sociais contemporâneos, como a ascensão do fascismo, a xenofobia, os diversos tipos de preconceito, a violência urbana, a destruição ambiental, entre outros.
A mostra, que conta com patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, terá a exibição de 15 obras que o homenageado assina como diretor e/ou roteirista. Nesta filmografia reunida estão incluídos alguns títulos aclamados na Alemanha, no Brasil e em diversos outros países, como: “Contra a parede” (2004), vencedor do Urso de Ouro do Festival de Berlim; “Do outro lado” (2007), que ganhou o Prêmio de Melhor Roteiro e o Prêmio do Júri Ecumênico em Cannes; “Soul Kitchen” (2009), sucesso de crítica e público, e, mais recentemente, “Em pedaços” (2017), vencedor do Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e do Prêmio da Interpretação Feminina em Cannes.
A retrospectiva fílmica trará, ainda, filmes de início de carreira, menos conhecidos ou que nunca estrearam comercialmente no Brasil. Obras como “Rápido e Indolor” (1988) já apontavam desde cedo o estilo que interessava e que acompanharia a carreira do diretor. São filmes com qualidade artística reconhecida desde a época de seu lançamento.
Paralelamente, a mostra oferecerá ao público a oportunidade de discutir e pensar um pouco mais sobre os filmes do cineasta através de atividades paralelas. Haverá uma mesa de debate com o tema “Personagens em trânsito, pertencimentos múltiplos: a identidade cultural nos filmes de Fatih Akin”; sessões com comentários de convidados, entre pesquisadores, críticos e/ou curadores; e um curso ministrado professora da Universidade Federal Fluminense, Mariana Baltar Freire, um dos nomes mais citados quando se fala na pesquisa sobre melodrama no país.
“De uma forma muito completa, este filme conta a história de destinos cruzados, na Alemanha e na Turquia, de homens e mulheres de diferentes origens. Reflete de forma sensata a dolorosa complexidade da perda de orientação e dos relacionamentos, bem como a riqueza de encontros, travessias e convivências, unindo esses dois mundos diferentes. Outras questões importantes lidam com filiação, sacrifício e reconciliação”. Esta foi a justificativa do Júri Ecumênico do Festival de Cannes de 2007 ao premiar a obra “Do Outro Lado”, de Fatih Akin, que dá título à mostra e se refere às partes que dialogam, se encontram e compartilham afetos ao experimentar o lugar do outro, colocar-se do outro lado.
“Com obras abordando importantes temas da atualidade, hoje, podemos considerar Fatih Akin um dos realizadores mais populares do cinema europeu e alemão. Antes e depois de “Do outro lado” (2007), ele vem deixando um enorme legado para a reflexão sobre a identidade cultural dos indivíduos, as migrações, os debates de gênero, o meio-ambiente, os direitos humanos, entre outros temas. O interessante e singular é que ele faz isso sempre a partir de um viés progressista, mas também trágico. Seja na comédia, no drama, no romance, no horror”, comenta o curador da mostra Hans Spelzon.
“Ao mesmo tempo que a contemporaneidade da obra de Akin se expressa através do contexto urbano e social no qual insere seus personagens, percebemos que, ao estabelecer um olhar sobre conservadorismo e a contemporaneidade, o realizador cria em seus filmes contrastes com os tradicionais gêneros cinematográficos. Possibilita, assim, reflexões sobre o papel esperado e o desempenhado pelas personagens dentro de sua cultura. Através de diversos procedimentos narrativos, Akin constrói personagens complexas, contemporâneas, híbridas; avessas às suas culturas em certos momentos, mas seguindo seus preceitos em outros”, comenta a também curadora, Marina Cavalcanti Tedesco.
“Considerando que estamos num país que recebeu muitos refugiados vindos do Oriente Médio nos últimos anos, nos vemos estreitamente conectados às discussões travadas pelo realizador. Através de sua obra, lembramos que daqui a dez ou vinte anos, os filhos dos imigrantes recém-chegados devem estar na mesma situação de adaptação que Fatih Akin (e suas personagens) vivenciou na Alemanha dos anos 80 e 90”, complementa Hans.
Imperdível!! Fiquem atentos aos dias !! 21 de Janeiro a 02/02/25
Por: Míriam Freitas