PUBLICIDADE

Miriam Freitas

O Prêmio da Música Brasileira – o mais tradicional e respeitado evento do gênero no País – chegou ao trigésimo ano com uma série de novidades e uma cerimônia especial, no dia 31 de maio, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, com uma linda homenagem a Alcione. Dirigida por José Maurício Machline, idealizador e fundador do PMB, e apresentada por Felipe Neto, Lázaro Ramos e Lilian Valeska, a noite contou com show inédito baseado no repertório da cantora e a participação de veteranos e revelações da cena musical brasileira, com roteiro de Zélia Duncan

A edição de 2023 marcou também o início da parceria entre Machline e a empresária Heloisa Guarita, que inclui planos de fomento à música ao longo do ano. O 30º Prêmio da Música Brasileira conta com o patrocínio de iFood e Santander Brasil.

‘O Prêmio da Música Brasileira é um grande aliado para o estímulo à cultura. Com o seu retorno agora, as oportunidades se agigantaram para apoiarmos e darmos visibilidade a mais artistas. Tivemos um número de inscritos recorde, foram quase dez mil artistas dos mais diferentes gêneros, de todos os cantos do Brasil’, celebra Machline, que vê a premiação retornar após um hiato de quatro anos.

“É incrível comprovar a relevância do Prêmio em retratar os diferentes ritmos representados de Norte a Sul desse país. E melhor ainda é observar a presença de grandes e consagrados artistas concorrendo com os mais novos talentos do Brasil. Conseguimos trazer a diversidade e o momento real desse país chamado música” reflete Heloisa

“Patrocinar  esse Prêmio é como firmar um pouco mais nossas raízes no país. Acreditamos que parte da nossa missão como empresa brasileira é valorizar as expressões culturais que encontramos num país tão plural como o nosso. Por isso, nós, do iFood, estamos orgulhosos de fazer parte do Prêmio da Música Brasileira e por meio desse reconhecimento ajudar a desenvolver e disseminar toda a diversidade de gêneros e artistas do nosso Brasil’, diz Regina Maia, Diretora de Comunicação do iFood.

O Theatro Municipal recebeu grandes estrelas da música brasileira para um show inédito e exclusivo, que festejou a grande homenageada da noite: Alcione, uma das recordistas de troféus do Prêmio da Música Brasileira, que completa cinco décadas de carreira neste ano. O vasto e eclético repertório da Marrom serviu de inspiração para a apresentação, que mais uma vez contou com direção geral de José Maurício Machline. A cenografia foi de Gringo Cardia e os figurinos de Mariana Correia.

No palco, nomes de várias gerações e estilos musicais se encontraram. Foi o caso do esperado dueto entre Maria Bethânia e Gloria Groove, que reviveu ‘O Meu Amor’, de Chico Buarque. Ou ainda as participações de Caetano Veloso, Seu Jorge, Luedji Luna, Marina Sena, as duplas formadas por Emicida e Fioti, Péricles e Ferrugem, Diogo Nogueira e o grupo Inovasamba, além do inédito trio formado por Fran, Tim Bernardes e Zé Ibarra

Pretinho da Serrinha assinou a direção musical e os arranjos do show, acompanhado de uma banda repleta de grandes talentos: Rodrigo Tavares (piano e teclado), Alberto Continentino (contrabaixo), Pedro Franco (violão 7 cordas e bandolim), Davi Moraes (guitarra), Kainã do Jêje (bateria e percussão), Thiago da Serrinha (percussão e cavaco), Dudu Oliveira (flauta, sax soprano, sax tenor e cavaco), Eduardo Santana (trompete e flugel horn) e o coro formado por Analimar Ventapane, Jhusara Lorenço e Rachell Luz.

Os muitos hits de Alcione foram lembrados, celebrando a diversidade de ritmos, gêneros e estilos que a intérprete gravou ao longo da vida. O roteiro intercalou sucessos radiofônicos (‘Garoto Maroto’, ‘Minha Estranha Loucura’, ‘Meu Vício é Você’, ‘Nem Morta’) com sambas que se tornaram clássicos (‘Não Deixe o Samba Morrer’, ‘Rio Antigo’, ‘Gostoso Veneno’) na voz da cantora.

O show foi encerrado com a própria Alcione, que, para receber as flores em vida, escolheu alguns de seus maiores sucessos, como ‘A Loba’, ‘Sufoco’, ‘O Surdo’. A Estação Primeira de Mangueira, escola que terá a Marrom como enredo para o Carnaval 2024, não poderia ficar de fora e a bateria da verde rosa se juntou ao DJ Pedro Sampaio no número final, com a canção ‘Não Deixe o Samba Morrer’ e outros sambas da estação primeira.

Homenagens e o legado do PMB

Desde o ano de sua criação, quando homenageou Vinicius de Moraes, o Prêmio enaltece um artista brasileiro, que serve como fonte para o roteiro e repertório do show da cerimônia de entrega. Já foram homenageados, pela ordem, Dorival Caymmi, Maysa, Elizeth Cardoso, Luiz Gonzaga, Ângela Maria & Cauby Peixoto, Gilberto Gil, Elis Regina, Milton Nascimento, Rita Lee, Jackson do Pandeiro, Gal Costa, Ary Barroso, Lulu Santos, Baden Powell, Jair Rodrigues, Zé Ketti, Dominguinhos, Clara Nunes, Dona Ivone Lara, Noel Rosa, João Bosco, Tom Jobim, Maria Bethânia, Gonzaguinha, Ney Matogrosso e Luiz Melodia.

As novidades do Prêmio e da cerimônia

A parti dessa edição, o Prêmio da Música Brasileira passa a ter uma nova marca, representada por uma Vitória Régia, em criação da designer Luisa Annik, filha de José Maurício Machline que vivenciou toda a trajetória do PMB nos últimos 30 anos. Luisa assinou também, junto com sua equipe de animadores, as vinhetas dos indicados que serão projetadas no telão, com muitas cores e flores, em harmonia com o cenário todo digital, criado por Gringo Cardia, cenógrafo do PMB há muitas edições. 

Cada número musical contou uma flor como tema, além de diversas fotos de Alcione, assinadas pelo renomado fotógrafo Antonio Guerreiro, falecido em 2019. E no final, a imagem que representou a grande homenageada da noite foi cedida pela artista plástica Beatriz Milhazes.

A Vitória Régia foi escolhida por representar a resiliência da premiação, que volta após um hiato de quatro anos e uma pandemia no meio do caminho. O troféu passa a ter a mesma imagem e será feito desta vez de uma resina produzida com plástico de materiais recicláveis, em parceria com Luiz Bunheirão, que explica:

‘Quando a Luisa me fez a desafiadora proposta de criar em parceria com ela o novo troféu para o PMB, a partir da nova marca que ela concebeu, eu sugeri fazer ele de uma forma sustentável. Tenho uma amiga que trabalha com resíduos de plásticos encontrados na areia da praia, a pesquisadora Maria Ignes Vasconcellos, que participou do projeto internacional Cool Globes, sobre o aquecimento global. A partir daí surgiu a ideia de pegar esse plástico lixo, moer até virar pó e colocar numa resina. Com isso demos uma reutilização para esse plástico, tirando da natureza e transformar num troféu totalmente artesanal. Depois de pronta, cada peça foi trabalhada a mão’.

A sustentabilidade também esteve presente nos figurinos, assinados por Mariana Correia, que atua no mercado de moda e figurino há mais de 12 anos. As peças foram pensadas em parceria com a Oficina Muda, construindo um figurino com matéria prima descartada pelo mercado da moda brasileira, em um diálogo com cenário, com flores e cores.

A noite contou ainda com a presença da influencer Valen Bandeira e da dupla Sara e Nina, formado pelas cantoras-drags Sara Bemdeu e Nina Bellohombre, que foram as anfitriãs do tapete vermelho do PMB, em transmissão pelos canais de YouTube, que contou também com as entrevistas do DJ Zé Pedro nos bastidores e camarins do Theatro Municipal. 

Neste ano, a premiação também reafirmou os laços com a inovação e acompanhando as imensas transformações que o mundo, a tecnologia e o mercado fonográfico viveram nos últimos anos, com a revisão de categorias e a preocupação em gerar um impacto social em todas as suas ações.

Todas as modificações foram debatidas e ratificadas pelo Conselho do Prêmio, formado por Antônio Carlos Miguel, Arnaldo Antunes, Djavan, Emicida, Gilberto Gil, João Bosco, Karol Conka, Ney Matogrosso, Wanderléa, Yamandu Costa, José Maurício Machline e Heloisa Guarita

Entre as novidades, o Prêmio trouxe a retirada da divisão entre Cantor / Cantora para a entrada de Intérprete, abrangendo artistas femininos, masculinos e não-bináries. Da mesma forma que a antiga categoria Pop / Rock / Reggae / Hip Hop / Funk passa a se dividir em duas, Pop/Rock e Música Urbana, além de a premiação de Melhor DVD se tornar agora Melhor Produto Audiovisual, em que podem concorrer clipes, projetos para plataformas de vídeo, DVDs e documentários musicais.

Os indicados

A seleção dos indicados para as 31 categorias do Prêmio da Música Brasileira traçou um panorama diverso, múltiplo e abrangente da produção musical do último ano no país. A lista contempla artistas de todas as regiões do Brasil, com 18 estados (Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins), representados em diversas indicações.

Em um painel muito equilibrado, apenas dois artistas acumularam três indicações: Chico César, que circula entre as categorias Canção Popular e Pop/Rock, e a Orquestra Sinfônica Brasileira, que dominou as indicações em Lançamento Erudito.

A lista pulverizada teve ainda 22 artistas empatados com duas indicações cada um: Alceu Valença, Almir Sater, Anitta, Baco Exu dos Blues, Bebê Kramer, Chico Buarque, Criolo, Diogo Nogueira, Dom Salvador, Duda Beat, Elba Ramalho, Elza Soares, Erasmo Carlos, Fundo de Quintal, Gloria Groove, Iza, Letieres Leite, Marília Mendonça, Martinho da Vila, Planet Hemp, Zeca Veloso e Yamandu Costa.

Após três anos de grandes perdas para a música e a cultura brasileira, também chamou a atenção as indicações póstumas de artistas que seguiram trabalhando e criando até o fim de suas vidas, como Elza Soares, Erasmo Carlos, Letieres Leite e Marília Mendonça

 

LISTA DE PREMIADOS

CANÇÃO POPULAR

 

DUPLA

Maiara e Maraisa

 

GRUPO

Psirico

 

INTÉRPRETE

Marília Mendonça

 

LANÇAMENTO

Felipe Cordeiro, Chico César – De Amor, Amor (Produção: Felipe Cordeiro)

 

ESPECIAIS

LANÇAMENTO ELETRÔNICO

Batata boy, Garbela – Entre Cidades (Produção: Batata Boy, Garbela)

 

LANÇAMENTO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA

Cássia Eller, Victor Biglione – Cássia Eller & Victor Biglione in blues (Produção: Victor Biglione, Zé Nogueira)

 

LANÇAMENTO ERUDITO

Orquestra Sinfonica Brasileira –

Orquestra Sinfonica Brasileira – Bachiana Nº 4-1 Movimento

 

LANÇAMENTO INFANTIL

Mundo Bita – É Alegria (Produção: Chaps Melo, Vinícius Guerra (Vinispace) e Walman Filho)

 

INSTRUMENTAL

 

GRUPO

Letieres Leite, Orkestra Rumpilezz

 

SOLISTA

Yamandu Costa

 

LANÇAMENTO

Yamandu Costa, Bebê Kramer – Simpatia (Produção: Yamandu Costa e Bebê Kramer)

 

MPB

 

GRUPO

Bala Desejo

 

INTÉRPRETE

Djavan

 

LANÇAMENTO

Alaíde Costa – O Que Meus Calos Dizem Sobre Mim (Produção: Marcus Preto, Pupillo, Emicida)

 

MÚSICA URBANA

 GRUPO

Planet Hemp

 

INTÉRPRETE

Criolo

 

LANÇAMENTO

Baco Exu do Blues – QVVJFA (Quantas Vezes Você Já Foi Amado?) (Produção: Marcelo Delamare)

 

POP/ROCK

 

GRUPO

Gilsons

 

INTÉRPRETE

Elza Soares

 

LANÇAMENTO

Erasmo Carlos – O Futuro Pertence Á… Jovem Guarda (Produção: Pupillo)

 

REGIONAL

 

DUPLA

Mayck & Lyan

 

GRUPO

Boi Bumbá Garantido

 

INTÉRPRETE

Alceu Valença

 

LANÇAMENTO

Elba Ramalho – Elba Ramalho No Maior São João do Mundo (Ao Vivo) (Produção: Junior Evangelista)

 

SAMBA

 

GRUPO

Grupo Fundo de Quintal

 

INTÉRPRETE

Diogo Nogueira

 

LANÇAMENTO

Martinho da Vila – Mistura Homogênea (Produção: Celso Filho, Martinho Antônio)

 

PROJETO AUDIOVISUAL

Gilsons – Pra Gente Acordar (O Filme) (Direção: Pedro Alvarenga)

 

REVELAÇÃO

Plínio Fernandes

Melhor Canção

Chico Buarque, Hamilton de Holanda – Que Tal um Samba? (Intérprete: Chico Buarque / Compositor: Chico Buarque)

 

PROJETO ESPECIAL

Alfredo Del-Penho, João Cavalcanti, Moyseis Marques, Pedro Miranda – Desengaiola (Produção: João Cavalcanti e Pedro Luís) 

Fotos- Vera Donato

Por: Míriam Freitas 

Colunista Social