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Na sequência do julgamento por difamação de Johnny Depp contra Amber Heard, a atriz disse ao júri que seu ex-marido a agrediu durante a lua de mel deles no Expresso do Oriente em julho de 2015.

A viagem ocorreu cinco meses após o casamento, conforme foram encerradas as filmagens do quinto filme de “Piratas do Caribe”, franquia do famoso capitão Jack Sparrow, interpretado por Depp. Heard acusou o ator de tê-la empurrado contra uma parede e enrolado uma camisa em seu pescoço. O divórcio do casal foi finalizado em 2017.

Sob interrogatório de seus advogados, Heard disse que o casal discutiu se Depp deveria beber durante a viagem. Ela disse que eles tinham um relacionamento amoroso quando Depp estava sóbrio, mas que muitas vezes ele ficava violento quando bebia ou usava drogas.

Segundo Heard, Depp teria dado um tapa no rosto dela em um vagão-dormitório no trem, e repetidamente teria jogado seu corpo contra a parede. Ele então teria tirado a camisa e a enrolado no pescoço da atriz.

— Foi assim que acordei na manhã seguinte — afirmou Heard. — Acordei com ela ainda no pescoço e um nó gigante na parte de trás da minha cabeça.

Celulares jogados pela janela

Heard abordou ainda outro episódio, desta vez na época de seu aniversário de 30 anos, em abril de 2016, quando Depp teria desaparecido por dias supostamente por causa de drogas. Ela disse que tinha planejado um jantar, mas o então marido não apareceu, o que a frustrou.

O descontentamento dela provocou uma discussão que teria gerado um confronto físico. Heard contou que Depp teria jogado uma garrafa que transpassou uma pintura que ela gostava, deixando a tela com um buraco enorme. A atriz relatou ainda que Depp teria jogado o celular dela pela janela. Ela então defenestrou o dele também.

Heard negou a alegação de Depp de que ela teria deixado fezes em cima da cama após a briga naquele aniversário. Um guarda de segurança testemunhou que Heard lhe disse que as fezes seriam uma “pegadinha horrível”. Segundo ela, os excrementos eram do cãozinho Yorkshire de Depp, chamado Boo. No entanto, ele já havia afirmado que não tinha como ser do cachorro por causa do tamanho.

Heard disse que não cometeu nenhum tipo de brincadeira naquele dia, acrescentando que “não estava com humor para brincadeiras”.
— Eu tinha acabado de ser atacada no meu aniversário de 30 anos pelo meu marido, por quem eu estava desesperadamente apaixonada e sabia que precisava ir embora — afirmou Heard.

‘A violência agora era normal e não a exceção’, diz Heard

A decisão pelo divórcio veio em maio de 2016, conforme contou Heard, apesar das “garantias de que ele estava limpo e sóbrio”, que estava “arrependido e que não era o monstro”. Ela disse que a escolha foi difícil, mas ela “sabia que tinha que fazer isso”.

— Eu trabalhei tanto para tentar fazer esse relacionamento dar certo… estava desmoronando — afirmou Heard. — Eu sabia que tinha que deixá-lo. Eu sabia que não sobreviveria se não o fizesse. A violência agora era normal e não a exceção.

Johnny Depp nega as acusações de agressão

A estrela de “Piratas do Caribe” testemunhou anteriormente que nunca agrediu Heard e argumentou que ela era a agressora em seu relacionamento.

Os advogados de Depp devem iniciar o interrogatório de Heard ainda nesta segunda-feira. As alegações finais estão marcadas para 27 de maio.

Depp, de 58 anos, está processando Heard, 36, em US$ 50 milhões, dizendo que ela o difamou quando alegou ter sido vítima de abuso doméstico num artigo divulgado no “Washington Post” em 2018. O texto não mencionou Depp pelo nome, mas seu advogado disse aos jurados que estava claro que ela estava se referindo a seu cliente.

Depp, que já foi uma das maiores estrelas de Hollywood, disse que as alegações de Heard lhe custaram “tudo”. Um novo filme de “Piratas” foi suspenso e Depp foi substituído na franquia de filmes “Animais Fantásticos”, um spin-off de “Harry Potter”.

Em seu depoimento, Depp disse que Heard em dado momento de uma briga jogou uma garrafa de vodka que cortou o topo de seu dedo médio direito.

Heard negou ter cortado o dedo de Depp e disse que só bateu nele para se defender ou defender sua irmã. Em depoimento sobre aquela noite, ela disse que Depp a teria agredido sexualmente enquanto lhe teria feito ameaças de morte.

A atriz de “Aquaman” contra-processou por US $ 100 milhões, argumentando que Depp a difamou chamando-a de mentirosa. Os advogados de Heard argumentaram que ela disse a verdade e que sua opinião estava protegida pela liberdade de expressão pela Primeira Emenda da Constituição dos EUA.

Menos de dois anos atrás, Depp perdeu um caso de difamação contra o jornal britânico “The Sun”, que o rotulou de “espancador de esposas”. Um juiz da Suprema Corte de Londres decidiu que ele havia agredido Heard repetidamente.

Os advogados de Depp abriram o caso no condado de Fairfax, Virgínia, onde o “Washington Post” é impresso. O jornal não é réu.